Rejeição e Vingança

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Na segunda feira cheguei na escola e não vi o Rodrigo.
Fiz um dez lá na porta mas ele não apareceu. Quando deu o sinal entrei meio desanimada, assisti a aula e fiquei na expectativa que ele aparecesse lá no intervalo, mas nem sinal.

"Ué, onde será que o novinho se enfiou?"

Tentei não demonstrar pra ninguém meu descontentamento, esperei terminar a aula e fui pra casa, saí com raiva, sem falar com ninguém.
Subi a rua e quando cheguei na esquina: lá vem o novinho de bicicleta Kkk

- Oi, Rodrigo! Não te vi hoje, onde vc se enfiou?

- Minha mãe tá embaçando na minha por causa do horário que cheguei em casa.

- Fala pra ela que vc tava comigo kkkk

- Eu falei.

- Seriooo?

- Mas ela não acreditou.

- Vc nunca chegou tarde em casa?

- Nunca, essa foi a primeira vez.

- Desse jeito sua família vai ficar com raiva de mim, seu doido!

- Vou falar pra eles que eu tô namorando.

- Tá louco?

- Tô louco por você, sua linda!

Olhei pra ele e dei risada, esse menino era foda kkk
Ele subiu comigo e nós paramos na mesma viela atrás do mercado, esse passou a ser nosso ponto de encontro. Claro que nesse horário ele se continha, ficava comportado, passava muita gente e pra não ser reconhecida eu ficava encostada bem no cantinho da parede com ele colado na minha frente.
Daí por diante, todos os dias a gente parava ali das seis e meia até às oito horas, aí eu me despedia e cada um ia pra sua casa.
Era quase um namoro, mas pra mim era um pouco melhor: eu só ficava com o novinho de segunda á sexta, nos finais de semana eu ficava livre pra ir atrás das minhas amigas e de outros caras, apezar de não estar ficando com mais ninguém, eu não queria ficar "fora do ar". Afinal, esse lance com o novinho não ia durar para sempre, cedo ou tarde eu podia arrumar um namorado de verdade, mais velho, com carro, que pudesse me levar pra viajar e tudo mais que eu achava que merecia.
Até então, eu ia levando o novinho: sem promessas e sem cobranças.