Rejeição e Vingança

12

No dia seguinte encontrei com Rodrigo

- Aiii que saudade!

- Também fiquei morto de saudade, amor... Um dia inteiro longe, nós nunca ficamos tanto tempo longe assim!

- É mesmo.

Pulei no pescoço dele e dei um abraço bem forte, ele retribuiu me girando no ar.
Ganhei um beijo bem gostoso e entrei pra escola sem vontade, queria mesmo era ficar com ele. No intervalo não aguentei, resolvi matar as últimas duas aulas e ir pra casa do Rodrigo, só que eu não avisei nada.

Gritei do portão

- Mô!!!

A mãe dele atendeu

- Oiii, ele não está.

- E foi onde?

- Pedi pra ele resolver umas coisas pra mim, ele disse que ia rápido pra voltar antes de você sair da escola. O que aconteceu? Dispensaram mais cedo?

Resolvi inventar uma desculpa

- Eu tava sentindo um pouco de dor de cabeça, aí resolvi sair. Avisa ele por favor que fui pra casa, tá?

- Quer entrar e esperar ele aqui?

- Não... não precisa se incomodar, depois eu volto.

A mãe do Rodrigo tinha amizade com umas vizinhas que eram bem mais novas que ela e viviam enfiadas na casa dela, eu percebia a malícia delas com o Rodrigo e como eu não ia com a cara delas, preferi ir pra casa.
Subi a rua fazendo hora, não queria que minha mãe descobrisse que eu tinha matado aula, quando cheguei na avenida o Valdir tava lá com uma mochila nas costas, parecendo que ia para algum lugar.

- Tudo bem Valdir?

- Melhor quando te vejo.

Passei direto e ele veio me seguindo

- Não foi pra escola, morena?

- Saí mais cedo. E você vai pra onde?

- Vou pro ponto de ônibus.

- Ué, eu te vi de moto, não é sua?

- É minha sim, mas pra onde eu vou não posso levar a moto, entende?

- Tá indo trabalhar?

- Não.

- Na casa da namorada?

- Não.

- Não entendi, a onde vc ta indo então?

- Se você parar comigo no ponto, eu posso te contar.

Era meu caminho mesmo, então resolvi aceitar, eu queria descobrir alguma coisa sobre ele. Segui na calçada com ele do meu lado, sem me tocar, isso me deixou mais confiante. Quando chegou no ponto, ele parou e se encostou na parede

- Vem cá morena!

- Nãooo! Eu disse que te acompanhava pra você me falar onde ta indo, eu não disse que ia deixar vc me agarrar!

- Morena, eu sou louco pra beijar essa sua boca, sabia? Só de te olhar eu fico duro!

Quando ouvi essas palavras, me arrependi de ter ido até ali. Valdir era muito escroto e tava com um volume enorme em suas calças, eu quase morri de vergonha quando vi.

- Eu vou pra minha casa! Tchau!

- Meu ônibus já vai passar, deixa eu te beijar logo!

- Me larga!

- Porque vc fica assim, heim? Porque vc faz esse doce pra mim? Você não é santa que eu sei!

- E-eu eu ainda sou virgem, nunca cheguei a transar com ninguém!

- Sério?!

- Eu já namorei com caras mais velhos, tive alguma intimidade, mas todos me respeitaram até então. Eu sou virgem, nunca cheguei nos finalmente com ninguém.

- Nossa morena, agora eu quero você mais ainda! Eu vou te contar quem sou eu, faço qualquer coisa para ter você!

Fiquei olhando assustada, ele parecia enlouquecido, que cara nojento!

- Morena, eu cometi um crime no passado e acabei sendo preso, fui abandonado pela minha namorada e hoje eu tô em regime semi- aberto. Você me vê na rua porque eu saio para trabalhar, mas sou obrigado a voltar todo dia para dormir lá.

- Lá aonde?

- Em Franco da Rocha.

- Onde é isso?

- Na penitenciária.

- Eu heim, cruzes!

Deixei escapar meu comentário e ele percebeu que eu não gostei do que ele havia me contado.

- Mas estou arrependido, morena. Por você eu posso ser um novo homem, é só você dizer que me quer... Diz que sim, fala que me quer.

Senti um medo enorme e um frio percorreu a minha espinha.

- Desculpe mas não quero.

- Como assim vc não quer?! Você fez eu abrir minha vida, você veio até aqui comigo e agora me diz isso?

- Esse era o caminho da minha casa, eu parei aqui por 5 minutos, vc que foi falando aí. Agora eu vou embora, fica com Deus!

- Fica com Deus nada não. Você vai ficar comigo!