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Rejeição e vingança
Parte 66

Bem que fui avisada pela minha mãe, mas como sempre, eu não dei ouvidos.
Chegou novamente o dia de visita e dessa vez não pude ir, mas assim que deu o horário eu peguei Danilo e corri na casa da minha sogra pra saber de Rodrigo:
- E aí, ele está bem?
- Está. Ele pediu pra você ir na próxima semana.
- Não tenho como ir, minha mãe não quer ficar com Danilo.
- Mas aí você faz assim, você deixa o Danilo comigo e vai na visita, eu fico com ele pra você ir.
- Se você tá dizendo que fica, então combinado. Eu venho mais cedo pra ninguém perceber.

Combinei tudo com a minha sogra e fiquei ansiosa pela próxima  visita, eu poderia chegar bem cedo e passar o dia todo com o Rodrigo, já que não precisava ter pressa pra ir embora.

A semana se arrastou, no dia combinado fui pra casa da minha sogra e corri pra delegacia. Quando cheguei a fila já estava enorme e como não tinha dinheiro pra oferecer prós policiais, resolvi aguardar junto com as mulheres dos outros presos, do lado de fora.
Não demorou muito pra alguém puxar conversa:

- Nossa é difícil te ver aqui na fila. Eu já te vi lá dentro, mas na fila é a primeira vez, você sempre vem essa hora?
- Na verdade não. Eu tô preocupada porque meu pai é policial e as vezes ele guarda o carro dele aqui na delegacia, estou com medo dele me ver aqui.
- Nossa, ele não sabe que seu marido tá preso?
- Não.

A mulher vendo minha angústia, esticou a mão e alisou minha barriga que era muito grande.

- Fica ali na parede, que se ele chegar, não consegue te ver aqui.

Pensei em fazer oque ela me disse, mas quando virei a cabeça, reconheci meu pai descendo do carro, era tarde demais.
Com medo eu corri para o fundo da delegacia antes que ele pudesse me ver e as mulheres dos presos tumultuaram a entrada, para impedir a passagem dele, até que eu pudesse fugir.
Consegui chegar no estacionamento e vi um muro, consegui subir com esforço e sentei pra pular do outro lado, mas quando olhei para baixo, ferrou!
O muro era daqueles que é baixo de um lado e super alto do outro, mas não tive escolha e saltei.
Cai com tudo me espatifando no chão, ralei o joelho, cotovelo e as mãos, mas não aconteceu nada com a minha barriga, senti um alívio.
Levantei me limpando, sentindo dor no braço e o joelho sangrando e continuei fugindo.
Quando me senti segura, percebi que não tinha pra onde ir. Eu não podia voltar pra casa, nem tinha casa de nenhuma amiga pra ficar, Rodrigo me afastava das pessoas e eu vivia apenas pra casa e pro meu filho, não andava junto com ninguém.

"E agora meu Deus, oque vou fazer?"

Esperei a resposta, mas ela não veio, então fui na casa da minha mãe como quem não quer nada

- Seu pai veio aqui, está atrás de você. Pelo amor de Deus, se esconde!

Minha mãe piorava um pouco as coisas, com o pavor que ela sentia do meu pai.
Levantei do sofá e sai, porque eu percebia que ela ficava mais tranquila se eu estivesse longe. Eu sempre resolvi os problemas que eu arrumava na rua, nunca levei pra casa, não ia ser agora que eu iria levar.
Fui pra casa da minha sogra e lá ela me deu todo apoio.
Me disse pra ficar por lá, que ela ia tentar entrar na visita, queria avisar o Rodrigo sobre oque estava acontecendo e assim ela fez.
Subiu correndo na delegacia e sem dificuldade conseguiu entrar.

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