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Rodrigo saiu do banho, se trocou e seguimos para minha casa, a mãe dele ficou quietinha como se nada tivesse acontecido.
Logo no caminho já fui perguntando onde ele estava se enfiando toda madrugada e contei que a mãe dele já tinha entregado tudo, não adiantava mais inventar nenhuma desculpa.
Ele me olhou rindo
- Você tá achando que estou indo a onde?
- Não sei Rodrigo!
- Eu tô ficando parado lá na avenida, conversando com os caras...
- Que avenida? Que cara? Conversando sobre o que Rodrigo? Que cara você conhece nessa avenida?
- Os caras que ficam ali. Aqueles que apareceram na festa aquele dia, lembra? Eles são gente fina e eu não vou pra casa cedo pra não ter que  ficar aguentando minha mãe, certo? Na sua casa a sua mãe não deixa eu ficar até tarde, então eu dou um tempo ali. Quando chego em casa a minha mãe já está dormindo e eu posso ficar em paz, sem ela encher o saco.
- Rodrigo, você tá me falando que fez amizade com o Valdir?
- Esse mesmo! Com ele e com os outros também.
Senti um calafrio na espinha. Lembrei das palavras do Valdir dizendo que se vingaria de mim. Lembrei que nunca falei nada sobre ele com Rodrigo e que agora não adiantaria falar.
- Rodrigo, não quero mais você parado com esses caras!
- Mas, porque? Não fica mulher e eu não tô fazendo nada demais, porque não posso conversar com eles?
- Rodrigo esse cara já puxou cadeia, sabia?
- Ei, como você sabe essas coisas?
- Todo mundo sabe! Eu conheço faz tempo esse cara, ele é envolvido com coisa errada.
- Renata, o que ele devia ele já pagou. Ele já cumpriu a pena dele, hoje ele não deve mais nada, tá até trabalhando de motoboy.
- Tá bom Rodrigo, depois não fala que eu não te avisei.
Fiquei preocupada, mas me senti com as mãos atadas, não tinha argumento pra desfazer a amizade dos dois, a não ser que eu falasse a verdade, mas queria evitar confusão, então fiquei quieta, mas eu queria dar um jeito  de dar um fim nisso.

Rejeição e VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora