Na escola eu chegava e já procurava Rodrigo com os olhos, ele sempre estava lá no portão parado. Muitas vezes eu fingia que não o via, ficava desfilando com minhas colegas, tudo para provocar e chamar atenção do novinho.
Ele não perdia o foco, não mexia com outras meninas, nem dava bola pra ninguém. Era evidente o interesse dele por mim e eu achava bom.
Numa quinta feira ele estava lá na saída da escola:- E aí gatona?
- Oiii, que cê tá fazendo aqui sozinho?- Eu num tô sozinho
Olhei em volta, tinha só eu e ele e o pessoal saindo da escola, não tinha nenhum amigo dele ali.
- E vc tá com quem então?
- Tô com você.
- Comigo???
- Num tô não?
Fiquei olhando pra ele e não aguentei, acabei dando risada.
- Tá certo. Tamo junto então.
Ele sorriu de volta contente.- Só que agora eu tenho que ir, tá Rodrigo?
-Vou te levar até em casa.
Olhei pra cara dele e acabei soltando:
-Vai me levar de que jeito menino?! Cadê seu carro?!
Ele me olhou de volta e nem se abalou com meu deboche.
- Vou te levar a pé do mesmo jeito que vc veio, você também não tem carro!
Pensei em retrucar, mas achei melhor não falar nada. Eu estava acostumada a ficar com homens mais velhos e claro, todos eles tinham motos e carros do ano, mas Rodrigo era só um muleque, nem idade pra tirar habilitação ele tinha e não se envergonhava por isso, então olhei pra ele balancei a cabeça e resolvi deixar ele me acomoanhar até meu prédio:
- Ta certo. Então vamos subir, se não chego tarde e minha mãe enche o saco.
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Rejeição e Vingança
RomanceHá pessoas que, longe de virar a página depois de uma decepção, uma rejeição ou o que elas interpretaram como uma injustiça, alimentam esse ódio chegando até mesmo a planejar uma forma de devolver o desgosto.