Rejeição e vingança
Parte 65
O carcereiro me olhou e prontamente me deu uma solução:- Renata no dia da visita você vem e dá um dinheiro pro policial que cuida da fila te passar na frente.
- E como vou fazer pra oferecer esse dinheiro?
- Eu te ajudo, você entra na delegacia pela porta da frente e me chama, aí ele da um jeito de você entrar por aqui.Aceitei na mesma hora. Eu precisava ter uma conversa com Rodrigo, não sabia oque fazer, sentia medo pelo meu futuro e estava prestes a ganhar meu bebê.
No dia da visita fiz exatamente oque o carcereiro me falou: Cheguei na delegacia, entrei pela porta da frente, esperei ele me atender e dei 20 reais pra passar na frente da fila, discretamente, como quem não quer nada.
Como a fila se formava da porta dos fundos pra fora, contornando a delegacia, as outras visitantes não perceberam que eu havia passado na frente, quem viu deve ter achado que era por causa do barrigão, sei lá, só sei que não tive problemas pela minha atitude e também não contei nada pro Rodrigo, porque sabia que ele seria contra.
Passei pela revista, tirei toda a roupa, abri bem as pernas, abaixei 3 vezes, mesmo explodindo grávida não tinha diferença, se quisesse entrar era assim mesmo.
Vesti minha roupa e finalmente consegui entrar no "X" (era como chamavam as celas da delegacia).
Quando avistei Rodrigo, vi também minha sogra, olhei surpresa pra ele:- Eu pedi pra ela vir, queria falar com vocês duas.
- Fala Rodrigo, oque é?
- Eu pedi pra minha mãe te ajudar, agora que vou passar um tempo aqui eu quero que ela te ajude a olhar as crianças pra você vim, pra te ajudar quando vc for pro hospital ganhar neném, essas coisas.
- Hum...
Olhei pra cara da cobra e ela ali se fazendo de boazinha e eu idiota acreditei.
Ficamos ali abraçados, conversando, uma coisa é verdade, eu e o Rodrigo ficávamos tão próximos quando ele estava preso.
Apesar do aperto do lugar, foi uma visita maravilhosa, passamos uma tarde tranquila e eu consegui ir pra casa sem nenhum problema, meu pai nem desconfiou e com isso, claro que foi impossível eu não querer ir na proxima visita e assim eu fiz.
Na semana seguinte, deixei meu filho com minha mãe e fugi pra visita novamente. Aquele mesmo esquema, entrei pela porta da frente, dei 20 conto pro policial e claro que aqueles 20 reais não fazia diferença na vida daquele investigador, ele deixou passar porque foi uma vez, mas todo dia era "embaçado" e podia dar problema pra ele, essas foram as palavras dele, mas eu mesmo grávida, era bastante bonita e usava disso pra conseguir cativar os homens.- Por favor, "seu" Ailson... É que meu pai também é da polícia e se ele souber que eu venho aqui, vou ter problemas, sabe?
Ele caiu fácil nos meus encantos e deixava eu passar, só que eu não podia ficar a visita toda, eu estava deixando meu filho com minha mãe e ela ia acabar descobrindo e não deu outra.
Saí da delegacia quase correndo, cheguei em casa colocando a língua pra fora, mas não deu tempo nem de sentar, minha mãe já veio:- Você tá indo lá na delegacia, não tá?
- Eu fui sim, mãe.
- Que foi? O Rodrigo tá preso de novo?Expliquei toda verdade, precisava desabafar com alguém, mas não encontrei apoio.
- Olha, não vou ficar com seu filho pra vc ir em delegacia nenhuma, não. Isso não é justo com seu pai. Não gosto dele, mas ele não merece ter que ver filha na porta de delegacia. Você toma cuidado! Toma cuidado porque se ele te pegar parada lá, eu não quero nem pensar no que pode acontecer!
Aquelas palavras eram justamente saque eu não queria ouvir, mesmo assim, continuei indo escondida visitar o Rodrigo por mais umas duas ou tres visitas, chegava mais cedo pra ngm me ver e ficava sentada no banco próximo a carceragem, tudo escondido de todos, até mesmo do Rodrigo.
Eu só não contava que alguém estava me observando e que as consequências seriam as piores.
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Rejeição e Vingança
RomanceHá pessoas que, longe de virar a página depois de uma decepção, uma rejeição ou o que elas interpretaram como uma injustiça, alimentam esse ódio chegando até mesmo a planejar uma forma de devolver o desgosto.