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Fui pra casa desolada, não tinha certeza de mais nada em minha vida.
Durante a noite não peguei o olho, os pensamentos invadiam minha mente em busca de alguma resposta, alguma solução pra nossas vidas.
Pela manhã levantei, fui pra cozinha e bebi um pouco de café amargo.
Prendi o cabelo de qualquer jeito, peguei o meu filho e fui na casa da minha mãe, eu precisava contar a verdade.
Desabafei a respeito das minhas dúvidas sobre a autoria desse assassinato, não sentia no meu coração que Rodrigo fosse culpado, tão pouco fazia ideia de como as coisas haviam chegado naquele ponto: Rodrigo preso por homicídio e eu sozinha e desempregada com um filho no colo.
Minha irmã chegou e ouviu parte da conversa, quando me calei, minha mãe comentou:
- Acho que foi ele sim, a polícia está investigando isso a muito tempo e eu já estava esperando isso acontecer.
- Como assim, mãe?
- O policial amigo da sua irmã que trabalha na delegacia aí de cima, esteve aqui em casa a algum tempo.
- Veio fazer o que?
- Veio contar que ele estava parado num bar perto da casa do Rodrigo e que você desceu a rua, acho que pra ir no Rodrigo, não sei...
- Fala mãe!
- Ele disse que um cara que estava nesse bar, quando te viu passar chamou ele e fez um comentário.
- Que comentário? Sobre mim?? Não tô entendendo!
- Ele te apontou e disse que você era mulher do cara que assassinou o Macaíba.
- Que cara é esse? Porque ninguém me falou isso antes?
- Não sei quem é, ele falou que foi um cara negro, alto, forte, ele também não sabe, só sabe que o cara falou e ele como policia tinha que cumprir o dever dele de investigar, mas com medo de que a amizade dele com sua irmã ficasse fragilizada, ele veio avisar antes.
Quando ouvi essa descrição, na hora matei a charada: Valdir!
Mas porque ninguém da minha família tinha me dito nada?
Eu me sentia exausta, por mais que eu procurasse apoio e consolo, cada vez mais meu coração se enchia de tristeza e solidão.

Rejeição e VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora