8

12.8K 969 98
                                    

BALA

Camila: Me solta, Daniel. Tá me machucando. — eu carregava ela pelo braço.

Bala: Não mede força comigo não, Camila. Vai tomar no cu. Só pode tá com o diabo no corpo, filha da puta.

Já estávamos afastados, quase no portão de baixo e ela gritando, fazendo escândalo.

Bala: Cala a boca. Sustenta a tua bronca. — ela tentava me arranhar e eu devia, segurando cada vez mais forte em seu braço.

Camila: Daniel, por favor. Me desculpa.

Bala: Desculpa é o caralho. — encostei ela no muro com força, ainda segurando o braço dela. — Vou te dar o papo pela última vez, tá ligado? Segue a porra do teu rumo. Para de ficar dando de maluca! Tá me ouvindo nesse caralho? Te respeito pelo que a gente viveu, mas tu não me ajuda.

Camila: Eu quero ficar com você, cara. Eu te amo e sei que você me ama também. — esticou o pescoço, tentando me beijar. — Para de se iludir com essa vida, achar que essas mulheres aí vão te levar a algum lugar, elas só querem seu dinheiro.

Bala: Para de falar merda, porra. To com ninguém la e memo que tivesse, tu tem porra nenhuma com isso. Para de de fazer, já te disse. Tô sendo calmo contigo, mas teu limite tá pouco. Agora, RALA! Some da minha frente, antes que eu te amasse toda. — disse soltando seu braço, achando que ela ia meter o pé.

Bobo fui eu, ela veio pra cima de mim, querendo me agredir, arranhando meu braço. Segurei ela, deixou meu copo cair no chão, aí eu perdi a linha, sem neurose, ela veio com a mão pro meu rosto, tentei desviar, mas a ponta de unha pegou, senti arder na hora. Dei um bandão nela, teve jeito não.

Bala: Eu tento ser maneiro contigo, mas tu implora pra ver o meu pior. — deixei ela pra lá, peguei meu copo e voltei pra perto dos caras que estavam no portão. — Tira esse capeta daqui. — apontei pra ela. — Se não vou ter que descarregar a pistola na cara dela.

Tiélio: Qual foi patrão, tá sangrando aí perto do olho.

Bala: Tô ligado. — passei a mão pra limpar e senti arder ainda mais.

Voltei pro meio do povo, mas nem colei na mesa que tava. Fiquei com vergonha, tá ligado? Bagulho que nunca me aconteceu, papo de maluco essa porra.

Botei um gelo do balde na cara e deu uma aliviada. Mas toda vez que ardia, o meu ódio pela Camila aumentava.

Como pode essa porra, né? Há dois anos atrás, eu achava que essa doida era a mulher da minha vida, pô. Fazia planos atrás de planos com ela, quase chegamos a morar juntos. Mas já foi, já passou...

Tô escoltando a Vivi de longe, já perdi a conta dos cara que foram pedir ela e ela negou. Marrenta pra caralho, não perde a postura por um minuto, po.

Já tava escurecendo, quando ela veio encher o balde da mesa deles e eu tava com a mão apoiada no freezer.

Viviane: Bala, dá uma licença aí, por favor.

Bala: Claro, po. Sempre. Quer uma moral aí?

Viviane: Aceito!

Peguei o balde da mão dela e enchi rapidinho, cerveja tava estalando. Bagulho tava de verdade.

Bala: Já mudou de ideia sobre estar aqui? — falei perto do ouvido dela.

Viviane: Antes tava ruim, agora parece que piorou. — disse rindo e eu bolei na hora. Mulher é tudo doida mermo, né? Tudo sem lógica.

5O TONS 🔥Onde histórias criam vida. Descubra agora