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Sei que nessa história toda de missão, não vejo e não falo com o Daniel desde segunda-feira, mas também não posso cobrar nada quando o assunto é esse, afinal, isso é o trabalho dele.

Hellen: Mas vamos mesmo assim, amiga. Não tem nada a ver. — ela tentava me convencer a subir pro baile.

Viviane: Eu não tô afim, cara. — encostei no sofá.

Hellen: Ele não vai surtar contigo não, e outra, a gente vai estar perto dos amigos deles.

Viviane: Você é chata pra caralho, Hellen. Eu nunca vi isso, cara... — neguei com a cabeça e ela sorriu vitoriosa. — Tá bom, cara.

Cheguei em casa e logo começou a encheção de saco. Thatiana querendo ir pro baile e eu me fazendo de pão, não ia levar e não ia mesmo.

Rose: Por que você não vai levar sua irmã, Viviane?

Viviane: Não sou obrigada. E outra, Thatiana é muito grandinha já, ela não precisa de mim pra fazer as merdas dela, então, isso significa que também não precisa pra ir ao baile. — ela não ficou nada satisfeita, mas o que eu posso fazer além de nada?

Tomei meu banho, me arrumei e fui pra Hellen. Preferi esperar a hora de subir lá, não tenho conseguido ficar por muito tempo no mesmo lugar que a minha mãe e a Thatiana.

O baile tava até maneiro, eu não tava afim de beber, então fiquei só na água.

Anne: Ué amiga, cadê teu bofe?

Viviane: Tá de missão, sei lá... — não quis entrar no assunto.

Vitor: Ele surtou legal domingo, hein?! — concordei com a cabeça. — Ele deixou você explicar que ele é viado.

Viviane: Deixou, mana. Ficou sem gracinha depois que falei, mas antes disso, foi aquilo, né? — dei risada.

Eu tava sem clima nenhum pra baile. Estressada, desanimada, com fome e com saudades, tudo ao mesmo tempo.

Viado cismou de ir ao banheiro, então, fomos todas lá fora, mas eu fiquei um pouco mais afastada, mexendo no celular, achando que ia ter uma notícia qualquer.

X: Enquanto ela ta no baile, ele tá lá com outra. Quem nasceu pra ser otária, não perde o posto. — duas meninas passaram falando alto, mas eu nem dei ideia, fiquei na minha.

Voltamos pra onde estávamos e logo em seguida, o Lobão apareceu com uns meninos, cumprimentou a gente e marcou lá do nosso lado.

Lobão: Ô Vivi, cadê o homem?

Viviane: Que homem, garoto? — arqueei a sobrancelha.

Lobão: O teu, po. O Bala.

Viviane: Sei lá... Não tava de missão?

Lobão: Tava mermo, mas eu tava junto, pô. Chegamo umas 20h.

Viviane: Entendi... Sei dele não.

Na hora, meu coração acelerou, comecei a sentir um frio na barriga, a carne começou a tremer e eu liguei meu foda-se na alta. Fui beber...

Já tava em outro patamar, dando a vida no funk, meu celular já tava com a Hellen, o cabelo preso e eu rabiscando tudo com o viado, quando senti alguém segurar forte no meu braço.

Bala: Bora pra casa, bora!

Viviane: Ah, fala sério, Daniel! Me solta... — tentei tirar o braço.

Bala: Tá rachando a cara, Viviane. Não entra numa não... Bora!!

Viviane: Não vim com você, não vou voltar com você... Tu é meu pai agora? Não fode. — ele apertou mais forte. — Tá me machucando, para.

Bala: Se fosse pra fazer carinho, eu não tava apertando. Vamo!

Viviane: Vai ficar com a piranha que você tava comendo, eu não vou embora contigo. Desiste!

Bala: Que piranha? Para de falar merda, pô. Vamo embora, na moral, não quero sair da lógica.

Eu já não aguentava mais um gato pelo rabo, peguei minhas coisas com a Hellen e saí andando na frente dele. Ou melhor, quase correndo...

Bala: Tá indo pra onde, samurai?

Viviane: Tu não pediu pra eu ir pra casa? Tô indo. Me deixa em paz. — eu já estava gritando no meio da rua e é claro que ele não ia deixar barato.

Andei sozinha por alguns metros, pouquíssima coisa e ele parou a moto perto de mim, saindo dela rapidamente.

Bala: Eu tô tentando não sair de lógica com você. — segurava firme nos meus braços e olhava no meu olho. — Sobe nessa porra de moto agora, por favor.

Confesso que me deu medo, o jeito que ele falou e me olhou. Como eu já sabia que seria inútil a discussão, subi na moto.

Viviane: Eu não vou dormir aqui, Daniel. Você tava transando com alguma piranha na tua cama e eu não vou deitar nela.

Bala: Para de viajar, Viviane. Para de falar merda. Eu tava dormindo, meu irmão, cansado pra caralho. Até os moleque me passar a visão que você tava perdendo a linha no baile... Para de gracinha e entra logo.

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