128

9.1K 794 227
                                    

15 DIAS DEPOIS

Graças a Deus, estamos com o quarto pronto e com boa parte do enxoval comprado. Daniel e eu conseguimos decidir uma data pro chá de bebê, mas vai ser uma coisa pequena, super restrita.

Até porque, poucas pessoas sabem que eu tô grávida, né? Vai ser tudo aqui em casa, nesse final de semana.

Odeio esse intervalo de tempo em que o Daniel sai e a Hellen vem pra cá. É coisa rápida, quase sempre eu estou dormindo, mas existem dias, como hoje, que eu estou acordada e fico pensando em todas as hipóteses. Deus me livre fazer xixi na cama, gente.

Fiquei vendo um desenho qualquer na televisão e acabei cochilando de novo, mas fui acordada pelo telefone que tocava.

📱 XXX 📱

"Alô?"
"Viviane?"
"Uhum. Quem é?"
"Como você não reconhece a voz da sua mãe?"
"Oi."
"Esqueceu de me contar a novidade? Como vocês estão? Quem diria, minha duas filhas grávidas junto." — respirei fundo pra não xingar e contei até 10.
"Não tenho nada pra te contar. E eu nem sei o que te deu na cabeça pra me ligar."
"Nossa, como você está amarga. Eu não te odeio por ter falado com o seu pai sobre a minha traição não, eu só te agradeço por ter me tirado desse inferno que é a família de vocês."
"Não saiu antes porque não quis, ninguém nunca gostou de você mesmo."
"Você é engraçada! Tomara que esse teu filho, que você fez com esse merdinha, te faça aprender alguma coisa." — minha carne tremia ao ouvir as palavras dela, meu coração estava acelerado, respiração ofegante. "Eu desejo que você seja muito infeliz, que essa máscara dele caia e que você sofra igual ou pior o que eu fiz a Cristina sofrer."
"VAI TOMAR NO CU!"

FIM DA LIGAÇÃO

Eu desliguei o telefone na cara dela mesmo, porque não é possível que ela esteja sã, não é possível.

Assim que desliguei a ligação, comecei a chorar incessantemente, meu corpo inteiro suava, minhas dores por baixo da barriga haviam voltado e eu só queria matar a minha mãe.

Não existe sentimento pior do que esse. Eu não consigo entender o que eu fiz pra ela ser assim comigo, já que eu sempre fui boa pra ele e pra nossa família. Mas deixa pra estar, Deus não dorme e a justiça dEle é certeira. O que é meu, é meu, o que é dela, ela vai achar...

Passei o dia inteiro com dor, reclamando bastante com a Hellen, mas não deixei que ela ligasse pro Daniel, porque eu tinha certeza que ele ia ficar desesperado e não quero isso. Tomei meus remédios certinhos, acreditando que a dor ia passar.

Mais tarde, meu irmão, a Isabella e o meu pai foram me ver. Estávamos conversando, tranquilas, mas eu não conseguia mais suportar a dor, eu me mexia toda hora no sofá e não tinha uma posição que diminuísse.

Viviane: Por favor, eu preciso ir pro hospital. Pega meus documentos na bolsa, irmã. — falei com a Hellen e todo mundo me olhou assustado.

Meu pai começou a andar de um lado pro outro, João pegou as chaves do carro e Isabella foi me ajudar a passar pra cadeira de rodas.

Eu estava usando um vestido solto, até tinha sido presente de aniversário. Na hora em que a dor veio, foi exatamente o momento em que eu fiz força pra passar de um lugar pro outro e a bolsa estourou.

Isabella: CARALHO! PUTA QUE PARIU! — saiu me empurrando até a garagem.

A cena era desesperadora. Meu pai e Isabella ficaram em casa, tentando ligar pro Daniel, enquanto a Hellen e o meu irmão foram comigo pro hospital.

Minha sorte foi pegar a pista livre, em menos de 15 minutos, já estávamos no hospital.

Antes mesmo de entrar pra sala de parto, eu já tinha tirado o meu vestido. Quando a dor vinha, automaticamente, eu fazia força.

Doutor: Tá coroando. — disse assim que me botou na maca.

5O TONS 🔥Onde histórias criam vida. Descubra agora