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Subi pra tomar banho, enquanto minha avó terminava o almoço. Entrei no box de cueca e tudo, tô no meu limite.

Lembrar de tudo o que essa mulher me fez, ressuscita todos os monstros que eu tento matar ou domar, durante toda a minha vida.

Viviane: Preto. — bateu na porta do banheiro. — Posso entrar?

Bala: Espera um pouco, amor. — tentei não ser rude e também não demonstrar a ela que eu estava chorando.

O único lugar que eu chorava, seja de tristeza, de raiva, de felicidade, ou de sei lá, qualquer coisa, era no banho.

Viviane: Não, deixa. Só queria saber se tava tudo bem...

Bala: Já tô saindo.

Não demorei mais que cinco minutos lá, me enrolei na toalha, abri a porta e ela veio com as coisas dela.

Viviane: Tá melhor? — parou na minha frente e me deu um selinho, apenas balancei a cabeça positivamente e ela foi pro chuveiro.

Almoçamos em silêncio, o clima tava tenso e eu sem saber o que fazer, como agir. Eu não podia deixar meus irmãos viverem a mesma coisa que eu vivi, tá ligado? Se eu permitisse isso, eu nunca ia me perdoar.

Bala: Tu vai pra Hellen ou vocês vão beber em algum lugar?

Viviane: Vamo beber no Elias. Por quê?

Bala: Nada não.

Eu estava sentado na ponta da cama, mexendo no celular, em contato com os amigo, buscando uma maneira de acabar com o sofrimento dos moleque.

Viviane: Não sai desse celular, hein.

Bala: É só hoje, amor. To vendo uma meta aqui, relaxa!

Viviane: Só brinquei. Fica calmo! — veio pro meu lado e deu um beijo na minha cabeça.

Bala: Vem ca, ou. — puxei ela, fazendo com que sentasse no meu colo. — Eu te amo pra caralho, tá ligada, né?

Viviane: Tô. Mais ou menos. — deu risada e eu roubei um beijo dela. — Odeio te ver nessa pilha toda.

Bala: Tô ligado, preta. Mas não posso ver certas coisas e ficar de braço cruzado, tá ligado?

Viviane: Sim, eu sei. Mas vai com calma, tá? — me deu um selinho. — Não deixa o ódio te dominar.

Bala: Relaxa... Tudo dominado. Agora, vai se arrumar, se não tu não vai em lugar nenhum hoje. — assim que ela levantou, dei uma apertada na bunda dela, que bateu na minha mão e saiu rindo.

Enquanto ela terminava de se arrumar, fui atrás de minha avó, trocar uma ideia sobre as crianças, sobre o que fazer com eles.

Minha avó só me dava o papo reto, essa velha é foda. E sempre que eu ia na dela, era certeiro. Então, acatei as paradas que ela falou, deixei a Viviane com a Hellen e convoquei o Lobão pra ir nessa missão comigo.

Primeiro, fui de encontro ao Sangue e passei toda a planta pra ele, até porque devo satisfação ao cara e não posso sair tomando qualquer providência, sem o consentimento dele.

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