MARATONA 3/4 📃
Aquele assunto do Acerola me deixou muito pensativa, afinal, vai ser sempre a primeira namorada... Essa era a nossa música.
Já estávamos terminando a nossa torre, quando o viado ligou pra Hellen.
Hellen: Viado disse que tá lá na Cida e adivinha?
Viviane: Os meninos estão lá.
Hellen: Sim. Vamo lá?
Viviane: Se eu falar que não vou, você vai subir sozinha. Então, vou contigo.
Pagamos tudo no tio Elias, pegamos cada uma um mototáxi e subimos. Não ficamos na meiuca não, paramos um pouco antes, pra dar tempo na analisar a situação.
Liguei pro Vitor e ele foi nos encontrar, já veio cheia de mão e dedo. Tava por conta...
Vitor: Vocês sabem que eu odeio fazer fofoca... — rimos. — Mas olha, eu detesto essa Anne. A pior coisa que existe nesse mundo, é piranha sonsa e ela é da pior qualidade.
Viviane: Tá falando isso por que, doida?
Vitor: Ela não é amiga de vocês? Em algum momento ela ligou pra uma das duas pra falar que tá bebendo junto com o namorado de vocês? Não falou, né. Então tá...
Eu nem estendi assunto, tentei me acalmar, mas quando vi aquela cena, já cheguei logo enquadrando o bonitão.
Bala: E aí, minha preta. — veio pra me beijar e eu saí.
Viviane: Minha preta é o caralho. Eu não sou nada sua, tá me ouvindo? A gente não existe mais.
Bala: Qual foi?! Que papo é esse? — segurou no meu braço e foi me puxando, me tirando do meio do pessoal.
Viviane: Ué, tá com vergonha? — debochei e ele ficou logo puto.
Bala: Tá terminando comigo por quê, amor?
Viviane: Não me chama de amor. Eu não sou nada sua, agora, me deixa sair. — tentei soltar o braço.
Bala: Qual é, Vivi. Por qual motivo? Vamo trocar uma ideia sadia, pô.
Viviane: Não quero trocar ideia sadia, não quero conversar com você. Não quero mais nada seu e se quiser buscar aquela porra de televisão que você me deu, pode ir buscar.
Bala: Viviane! — segurou firme. — Tu tá dando de maluca, cara. Qual é a ideia?
Viviane: Você se faz muito, Daniel. Muito! Eu não quero ficar vivendo com alguém que não me respeita.
Bala: Tô fazendo o que demais, mano? Tava bebendo com os pacero, sempre faço isso. Que que esse viado falou pra tu, me fala aí...
Viviane: Daniel, para de querer terceirizar sua culpa. Teu barulho é comigo, quem tá no erro é você.
Bala: Coé Vivi, tô fazendo nada demais, pô. Vai ficar dando brecha pra fofoquinha? — tentou me beijar.
Viviane: Sai, Daniel. Sai! Eu não quero ficar contigo, acabou, última forma. Tu não tava cheio de risadinha, dando intimidade pra piranha? Então, continua tua vida é essa. Tu é muito sério com trabalho, mas na vida a dois, tu é um comédia.
A feição dele virou na hora, parece que encostou um negócio nele. Deus que me livre.
Bala: O que que tu falou? — segurou tão forte no meu queixo, que eu não conseguia nem falar. — Tu tá maluca? Acha que vai ficar se criando pro meu lado? Tu vai ver comédia, Viviane. — quanto mais ele falava, mais apertava meu queixo.
O Lobão apareceu, falou alguma coisa no ouvido dele e ele me soltou.
Bala: Então é isso mermo, Viviane? — não disse nada, olhei nos olhos dele e quis chorar, mas só virei as costas mesmo.
Não quis marcar muito por lá, então o Vitor ligou pra um amigo dele, e eu fui pra casa de mototáxi.
Não quero e não posso enganar ninguém, mas passei o resto da semana mal, vivendo a toque de caixa. Era do trabalho, pro curso. Do curso pra casa. Mal pegava no telefone e mal comia também.
Meus avós estavam super no meu pé, querendo saber do Daniel, o que tinha acontecido, o motivo de ter acontecido, mas eu não queria tocar no assunto.
Acho que tudo foi um misto de sentimentos, sabe?! Eu estava num dos meus piores dias, completamente abalada e ele "faltar" nesse momento, fez com que eu tivesse essa atitude.