2 SEMANAS DEPOIS
Aqui nessa minha família é babado atrás de babado, não tem jeito. Depois daquele rolê todo com minha mãe, ela e meu pai brigaram feio demais.
No dia seguinte, ele até apareceu na minha avó, com os paninho de bunda dele, pra passar uns dias.
Parece que agora, tudo normalizou, porque ela o chamou pra conversar, ele voltou pra buscar as coisas. Enfim, eu é que não vou me meter mesmo, porque minha mãe já passou por mim umas duas vezes e virou a cara.
Problema é todo dela. Me abala? Abala sim, afinal, ela é minha mãe e devo reconhecer que ela trabalhou muito pra me sustentar, e me ajudou pra caralho a ser quem sou hoje. Mas tá no direito dela de achar o que quiser, só não quis saber a minha versão da história, então, cada um com seus problemas.
Tô começando a pegar prática na direção. Daniel deixou o carro dele comigo, já que eu levo as crianças pra escola.
Viviane: Bom dia, meninos.
Bryan/Callebe: Bom dia, tia. — disseram ao entrar no carro, enquanto se ajeitavam.
O estacionamento dos professores é dentro da escola, e eu morro de medo de estacionar lá, então sempre sou a primeira a chegar e a última a sair.
Cheguei, entrei pra separar as coisas, deixar tudo direitinho na sala, preparado pra quando as crianças chegarem, como de costume. Separei as atividades de hoje, estava distraída quando a diretora me chamou na porta.
Diretora: Viviane?
Viviane: Pois não... — deixei o que estava fazendo e fui de encontro à ela, na porta de sala.
Diretora: Vim trazer seu aluno novo, o Tiago. — me pus pra fora da sala e dei de cara com a Isabella e com o Tiago.
Viviane: Ué, mas eu já tenho conheço... — ele que estava de cara fechada, abriu logo um sorrisão ao me ver.
Isabella: Ai, Deus é bom mesmo! — sorriu pra mim. — Não sabia que você era professora.
Viviane: Sou nova aqui... — sorri e fui pra perto deles. — E aí, animado pra estudar comigo?
Tiago: Mais ou menos... — a mãe o repreendeu.
Viviane: Deixa, pelo menos ele foi sincero. É porque ele ainda não conhece os coleguinhas, mas logo, logo fica tudo bem.
Isabella: Posso falar com você antes da aula começar?
Viviane: Claro!
Diretora: Bom, seu filho está em ótimas mãos. Essa menina é incrível, só elogios pra ela. — sorri toda boba e ela saiu. — Qualquer coisa, estou na secretaria.
Saímos pro pátio, e enquanto o Tiago dava passos tímidos por entre as crianças que estavam brincando, Isabella me parou.
Isabella: Ai Viviane... Que alívio saber que é você quem vai dar aula pro Tiago aqui.
Viviane: Pode deixar que tudo vai correr bem.
Isabella: Espero que sim. Porque as coisas lá em casa...
Viviane: Se quiser desabafar... — me interrompeu.
Isabella: O Jorge... — respirou fundo. — Deixou de pagar as escola das crianças, não dá mais auxílio nenhum pra gente. Diz que o trabalho ocupa o tempo todo. Já fiz propósito na igreja, já conversei com o meu pastor. O Tiago e o Júnior estavam acostumados com escola particular, por isso o meu medo.
Viviane: Complicado. — neguei com a cabeça. — Você pode ficar tranquila. Aqui é calmo, as professoras são muito atenciosas, os monitores também. Eles vão se acostumar, não é nada de outro mundo. — sorri.
O sinal tocou e as crianças foram formando as filas...
Viviane: Olha, tenho que ir, mas depois a gente conversa, tá? — me virei pra sair e ela segurou o meu braço.
Isabella: Só mais uma coisa. O Jorge ainda está com a sua irmã?
Viviane: Não sei, não moro mais lá. — sorri amarelo e fui pra frente da fila da minha turma.
Botei todos pra dentro e comecei a aula. Por incrível que pareça, a escola estava quieta. Poucos eram os barulhos que escutávamos, o dia parecia calmo, até que escutei alguém gritando do lado de fora.
X: ELES ROUBARAM OS MEUS FILHOS!!!
As crianças não ouviram, então, eu levantei da minha mesa e fui pro corredor. A as professoras das salas vizinhas, fizeram a mesma coisa. Nós entreolhamos e novamente, alguém gritou.
X: BRYAAAAAAN!!!!! CALLEBEEEEE!!! EU QUERO OS MEUS FILHOS!!!
QUEREM FOTO DA ISABELLA?
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