META
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BALA
Tô há três dias nessa porra já, que inferno. Cada um tá a frente de uma parte dos caras e eu não tenho notícia do lado de lá.
O rádio aqui deu ruim, sei lá que porra esses moleques arrumaram. Na certa, esse Acerola quer me foder e o Sangue tá indo na ideia, porque não é possível que ele me deu a pior equipe pra puxar, ele só pode estar de sacanagem.
Mas como, não tem nada não, eu vou mostrar pra ele que comigo, não tem essa. Pra tudo que seu destinado, eu vou até o fim. Tenho sangue nos olhos, tenho proteção. Quem conhece a minha história sabe...
Bala: Pouca-Roupa, tu vai fazer do jeito que nós combinou, tá ligado? Vamo dar fim nessa porra hoje, que eu não aguento mais essa palhaçada.
Pouca: Já é, parceiro. Tu que manda aqui.
Acerola: Tu não pode dar aval sem a resposta dos cara não, Bala.
Bala: Quem é tu, caralho? Chegou ontem. — dei dois tapinhas no ombro dele. — Vai entrar em contradição comigo no meio do problema? Contigo mermo, fiel. Eu vou puxar meu bonde e finalizar as paradas aqui, do jeito que eu combinei com eles. Quer fazer do teu jeito? Faz sozinho.
Agora é isso, chegou ontem, quer sentar na porra da janela e ainda quer deixar a porra toda aberta. Sangue que dá confiança pra ele, eu não.
Ficou de cara, né? Ele achou que eu ia desenrolar, baixar a guarda, repensar, mas saiu fodido.
Seguimos o plano, subimos pela mata na surdina, abrimos três pra cada lado, fechamos o cerco e trombamos com o pessoal do Lobo. Agradeci por isso, e continuamos com as minha coordenadas.
Pulei dentro do esconderijo dos caras, sem reações possíveis. Nunca vi, 20 anos de curso, no meio de uma guerra declarada, os cara sem arma, esperando a hora da morte. Só doideira com maluquice.
Missão executada com sucesso, do jeito que eu esperava e que planejava. Dali pra lá, era só alegria, ou nem tanto, até eu saber da emboscada que o Sangue caiu.
Lobão: Eu avisei pra ele, po. Quis botar a cara, achando que a planta tava dada...
Bala: Sabe que esse bagulho é de trairagem, né? — falei alto pra ver se alguém se manifestava.
Poca: Sem neurose, Bala. Só tu pra ficar de frente agora.
Bala: Tu tá é com bicho, po. Vou ficar de frente em porra nenhuma... Lobada resolve isso.
Percebi o interesse do Acerola na conversa, mas não comentei nada com ninguém, fiquei só na minha, na observação.
Deixamos o Poca e mais uns caras de lá, até as paradas se organizarem e voltamos pro Carvão.
To há três dias, quase quatro, sem comer, sem tomar banho, bebendo água não sei de onde, doido pra dormir e ainda tenho que resolver essa porra do Sangue.
Por que que esse filho da puta não me escutou? Por que ele foi meter a cara sem estudar terreno? Tá maluco. Quantas vezes eu disse pra ele que quem tem olho grande não entra na China? Ele já tinha tudo, pô. Foi cair na ideia de malandro, se fodeu...
Morreu honrando a firma, pulo no miolo de verdade, abraçou a causa, mas e os filho, po? E a Fabi? Tá maluco. Sei nem como que eu vou dar essa notícia pra ela.
Lobão: Tô aqui pensando...
Bala: Vai explodir. — dei risada.
Lobão: Vai se foder, porra. Papo sério!
Bala: Dá o papo.
Lobão: Tá ligado que isso foi armação de alguém de nós, de olho em tomar frente do morro, né?
Bala: Tu acha? Eu tenho certeza e já tô ligado em quem é. — olhei pro Acerola disfarçando e o Lobo sacou.
📵 JÁ FALEI SOBRE OS UPS, GENTE. POR FAVOR! VAMOS AGREGAR, BATER META ASSIM É MOLE.
