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VIVIANE

Me preocupa muito o que o Daniel vai fazer, mesmo não sabendo a fundo o que ele passou, pude ver no olhar dele, que as dores que ele carrega são surreais.

Não estamos juntos há uma vida, mas estamos juntos tempo suficiente pra eu saber algumas coisas sobre ele. Mas enfim...

Hellen e eu não saíamos pra beber há algum tempo, então, hoje era dia de perder a hora e pôr todas as fofocas em dia, sem esquecer de detalhe algum.

Estávamos no varandão do Elias, curtindo o pagode que rolava, quando vi a Hannah passar com a Anne, que logo virou o rosto ao me ver. E eu gosto assim, eu gosto de respeito.

Me viu? Abaixa a cabeça, atravessa a rua, faz um buraco e se enfia, não quero saber. Ninguém mandou vir dar de maluca pro meu lado, me conhece bem demais, pra saber que eu não deixo nada passar.

Viviane: Aproveitando a deixa, me fala um negócio... — tomei um gole da cerveja que estava no meu copo. — Tu sabe quem é o pai do filho da Hannah?

Hellen: Menina, boa pergunta. Não sei não... Mas, por que esse interesse, do nada?

Viviane: Ah, nada não. — tentei desconversar.

Hellen: Tomar no cu, né Viviane? Te conheci ontem. — riu. — Anda logo, solta esse papo. O que aconteceu?

Viviane: Outro dia, vi o Rodrigo levar um menino na escola de manhã, não entendi nada, né? Depois, na hora da saída, quem buscou a mesma criança foi a Hannah. Ai, me surgiu a dúvida, né? Tomei ou não tomei bigode?

Tentei segurar o riso, mas não deu certo. A gente ri da própria desgraça mesmo, não tem jeito.

Hellen: Garota! Eu nunca tinha parado pra pensar nisso, sabe? — ficou quieta por um tempo. — Mas vocês na namoravam há quase 2 anos quando ele foi embora, só terminaram no dia que ele foi embora, então...

Viviane: Puta que pariu, hein! — bati na mesa e em seguida, dei risada. — Na moral, era pra eu estar chorando agora.

Hellen: Chorando o quê, garota? Chorando uma porra. Tá feliz pra caralho com o Bala, fazendo geral calar a boca. E se tu foi corna, ele também foi, porque nessa época aí, ela pagava de fiel dele.

Viviane: Ô porra! O filho pode ser do Daniel também? — bati neurose no automático.

Hellen: Claro que não, irmã. Não viaja! — bufou e secou o copo. — Eu e minha boca de lata, tomar no cu.

Viviane: Relaxa! Não vou dar de maluca não, mas vou descobrir de quem essa criança é filho.

Hellen: Certeza que é do Acerola, precisa nem investigar muito.

Acabamos mudando de assunto e eu pedi um hambúrguer duplo, porque só beber também, não dá.

O Vitor chegou pra se juntar com a gente, tempo demais que eu não vejo meus melhores amigos, nem lembro quando foi a última vez que fizemos reunião da Luluzinha.

O viado também vem cheio de babado, não dá com ele. Adora falar.

Dei uma olhada no relógio e já eram 21h, peguei o celular pra ver se tinha mensagem do Daniel e nada, só do meu irmão.

📱 João Paulo 📱

Vai estar em casa amanhã?
Marquei com o nosso pai de queimar uma carne.

-CLARO!
-Vou te apresentar meu namorado também.

Já é!
Podia apresentar uma amiga né

-Tu é folgadinho hein, rapaz.
-Tenho amiga não, sai.

-FIM DA CONVERSA-

Hellen: Falando com quem aí? Bala já quer que você vá embora?

Viviane: Não, amiga. Tô falando com meu irmão. — peguei o celular e mostrei a foto, ela chegou a engasgar.

Hellen: Mona, que isso?! De onde saiu esse irmão, cara. Deus guarde! E que irmão... Mostra pro viado, mostra.

Vitor: Puta que pariu! — falou na hora que virei o celular pra ele. — Abençoado seja o pipi do tio Josué.

Viviane: Ih gente, larga meu irmão. — bloqueei o celular e botei no bolso de novo.

Vitor: De onde saiu, garota? Desde quando você tem irmão?

Hellen: É, dessa parte, eu não sabia. Conta logo, vai. Esconde o ouro não... — demos risada.

Contei o babado todo pra eles, que ficaram sem reação, assim como eu. Sem saber como uma mãe consegue esconder um filho por quase 21 anos assim e a minha avó também.

Hellen: Mas tua mãe e tua irmã não sabem, né?

Viviane: Claro que não, se elas souberem, imagina a merda que isso vai dar.

Vitor: Aí mona, desculpa me meter... Mas tua mãe tem que saber mesmo, ué. Comeu o homem dos outros, tirou o homem de casa, tem que aguentar a pica. — eu nem respondi, apesar de concordar. — Desculpa, é sua mãe.

Viviane: Não discordo não, gay. Mas esse é um problema que não tem nada a ver comigo.

Hellen: Mas me diz... — tava segurando o riso. — Por que vocês são pretos e Thatiana é branca?

Vitor: HELLEN!

Hellen: Se recolhe que eu sou melhor amiga, eu posso perguntar. — deu de ombros. — Vocês dois são iguais e Thatiana, fala pra mim.

Viviane: Ué garota, eu lá sei? Quem fez foi minha mãe...

Vitor: Enfim, gente!!!! O gato é solteiro? Ele curte o quê?

Viviane: Não o conheço há muito tempo não, gente. Não sei o que ele curte, só sei que é solteiro, mas descobrindo, eu te passo a planta, tá?

Hellen: Ah... — suspirou. — Meus tempos.

Vitor: Passa a planta sim, passa tudo. Se quiser, passa até ele pro meu nome. Que bofe sensacional!

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