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Acordei cedo, porque o Daniel tinha que resolver algumas coisas, e como ele dormiu no canto, me acordou na hora de sair. Não sabe sair na disciplina...

Tomei banho, lavei os cabelos, deixei a  hidratação no muco e desci. Já encontrei logo com o meu avô, descongelando carne pra fazer almoço, todo entusiasmado.

Viviane: Tô com ciúme, sabia? — dei um abraço meio de lado nele. — Só porque tá de netinho novo, fica inventando um monte de comida, acorda cedo no domingo pra fazer feira, tá certinho. Sua benção!

Osvaldo: Tu não perde o posto de preferida não, pode ficar tranquila. — demos risada. — Meu pai lhe abençoe.

Viviane: Por que eu não gravei isso? Ah não, vô. Vou contar pra todo mundo no próximo churrasco, tá ferrado comigo.

Fiquei gastando ele um tempão, e acabei o ajudando lá na cozinha. Um pouco depois, minha avó veio arrastando a muletinha, dei um beijo nela, que me abençoou.

Meu irmão e meu pai também logo apareceram.  O velho começou com ideia de ir embora, falando um monte de coisa e minha avó apertando a mente dele, pra ele ficar pro almoço.

Jandira: Não ligou avisando? Não mandou mensagem? Então... — eles discutiam na varanda de trás.

Josué: Mãe, a senhora sabe que não é assim. Eu sou casado, tenho minha casa, minha mulher, filha, neto.

Jandira: Também tenho isso tudo, meu filho. Você não tá fazendo nada de errado, nem de escondido.

Eles ficaram nesse impasse por algum tempo, até que meu pai saiu pra atender o celular e eu ouvi minha avó sussurrando com o meu irmão.

Jandira: Sua mãe já tá vindo? — não consegui ouvi a resposta dele, mas olhei pro meu avô, que negou com a cabeça e eu saí da cozinha.

Lavei meu cabelo em paz, penteei, botei uma roupa mais ajeitada e desci novamente. Vi que o refrigerante tinha acabado, então fui logo na vendinha da esquina.

Quando tava saindo, dei de cara com o Jorginho, literalmente. Ele ficou sem cor quando me viu, né cumprimentou e tudo, mas se alguém respondeu, não sei, porque eu fingi que que não era comigo.

Notei que perto da moto dele, tinha uma menina, novinha aqui do morro, vejo direto por aí. Já logo maldei, e sem pensar, joguei meu veneno.

Viviane: Tu é o que do Jorginho?

X: Tá falando comigo?

Viviane: Tem mais ninguém aqui...

X: Te interessa não, po.

Viviane: Interessa mesmo não, mas te dar um papo. Abre o olho com ele, ele tem a mania de engravidar e depois não assumir... Fica esperta! Você é muito bonita e muito nova pra cair no vigário.

Saí saindo e nem esperei resposta, ela ficou me olhando de braço cruzado e eu nem aí. Sei que isso vai chegar no ouvido do Daniel e ele vai me arrasar, mas foda-se...

Cheguei em casa juntinho com a Ana, cumprimentei ela e falei pra entrar.

Viviane: João, tua mãe tá aí. — botei a cara pra fora, na porta da cozinha.

Meu pai deixou até o copo cair quando ouviu, eu fiquei olhando pra cara dele e ele sustentando o olhar no meu, com feição de desespero. Acredito eu, que se ele pudesse correr dali, ele ia correr.

Almoçamos na paz de Jesus Cristo, Daniel chegou depois, mas almoçou também. Ficamos na varanda da frente, um clima estranho, o tempo meio fechado, eu já logo senti que ia dar merda.

Dani e eu estávamos deitados na rede, mas me deu sede e eu entrei pra buscar mais refrigerante. Tava servindo no meu copo, quando escutei um grito muito familiar: era a minha mãe!

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META
120 ⭐️ | 80 💬
(agora só libero mais capítulos, quando todas as metas forem atingidas)

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