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Todo mundo sabe que o lugar onde rola mais fofoca no mundo é salão de beleza. Tudo que você pode imaginar, as pessoas que frequentam lá, sabem.

Cheguei na hora marcada, hidratei meu cabelo, fiz a sobrancelha, depilação, tudo que tenho direito, só as unhas que faço com a Hellen. Tenho que fortalecer minha parceira, né?!

Mara: Até que enfim arrumou um namorado novo, hein Vivi? — disse quando fui pagar.

Viviane: Que namorado novo, mulher? — disse sem entender real.

Mara: Vai esconder de mim? Todo mundo sabendo já. Camila arrumou quizila contigo e tudo no churrasco do brabo. — disse debochando.

Viviane: Você tá é maluca, fico com ele não.

Mara: Mas devia, dizem que ele é muito bom. — riu. — Só tem esse problema da Camila e não é pra colar, né. Sabe como é que é bicho solto purinho.

Viviane: Ih mona, tem nada aí... — dei de ombros. — A boca que te falou isso, tá muito enganada. Deixa eu ir lá, nega. — nos despedimos.

Estava indo pra Hellen, passei na moça pra comprar um sorvete e guiei. No caminho, uma moto passou por mim, buzinou e eu só mexi a cabeça, tava distraída, nem dei ideia.

X: Ô colega. — deu meia volta e parou do outro lado. — Aqui, entrega tua amiga lá. — botou a mão no bolso e tirou um cordão e um relógio.

Viviane: Tá bom. Obrigada! — peguei da mão dele e saí.

A Hellen é a famosa sem limites, deve ter saído correndo e deixou as coisas na casa do bofe. A cara dela.

Cheguei e já fui entrando mesmo, a porta arreganhada, e ela nos fundos, fazendo a unha de uma moninha lá.

Viviane: Boa tarde! — falei alto e elas se assustaram. — Porta arreganhada e ainda quer tomar susto, tá esperando nada.

Hellen: Ah garota, esqueci. — dei a volta nelas e sentei no chão.

Viviane: Aí, pediram pra te entregar. — deixei o cordão e o relógio na caixinha de esmalte dela, que riu e negou com a cabeça.

Depois que a mona foi embora, Hellen preparou um café pra gente e tia Paula chegou com pão, e umas paradas lá.

Hellen: Mas me fala, pegou? — neguei com a cabeça. — Nem um selinho?

Viviane: Nem um selinho.

Hellen: Vai tomar no cu, Viviane. Nada? Tu dormiu na casa do bofe e não fez nada? Tá de caô. Vai meter essa pra cima de mim?

Paula: Olha a boca, filha da puta. — demos risada.

Hellen: Foi mal, mãe. Mas Viviane me tira da benção, tá maluco.

Viviane: E ele ainda bateu neurose por causa do meu celular. — fez cara de "quê?". — Falou que menti pra ele, que eu não quis dar o número, ai sei lá, um drama.

Hellen: Mas esses homens são assim mermo, po. Cheios de historinha. — bufou. — Lobão falou pra eu ir no baile hoje, mas confesso que queria uma coisa mais tranquila.

Viviane: Para! — ri debochada. — Coisa tranquila e tu na mesma frase, não existe.

Hellen: Não tem jeito, né?!

Viviane: Cara lisa, na moral.

Hellen: Vamos que horas?

Viviane: Mesmo horário de sempre, né. E não adianta eu falar que não quero ir, porque você não respeita minhas decisões.

Paula: Gente! — chamou nossa atenção. — Tem excursão pra Angra semana que vem, vamos? Passeio de escuna, almoço incluso, passagem e lanches a bordo de graça. Só temos que comprar nossa cervejinha e levar no cooler, vamos? Sábado que vem.

Viviane: Vamos, tia. Eu topo! — falei entusiasmada. — Vou ver se minha colega troca comigo lá.

Hellen: Até que enfim chamou pra boa, hein mãe. — riu e deu dedo do meio pra ela.

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