VIVIANE
Acordei nova, o dia tava lindo, baita solzão. E o que o pobre pensa quando acorda e tem que essa visão? Vamos lavar roupa.
Juntei todas as roupas, separei por cor e pus pra lavar. Encontrei com a minha mãe fazendo almoço e meu pai ajudando ela.
Josué: Bom dia, filha. Não saiu ontem?
Viviane: Bom dia, pai. Benção! Eu não, tomei banho e apaguei, acordei só agora. — ele negou com a cabeça.
Josué: Viu, Rô? Eu sabia que eu ela não ia. — chamou a minha mãe.
Rose: Não? Você não foi encontrar com as meninas?
Viviane: Eu não, ué.
Rose: EU NÃO SEI MAIS O QUE FAZER COM A THATIANA. EU JÁ BATI, JÁ BOTEI DE CASTIGO...
Nem fiquei pra ouvir o resto, não tenho nada com isso. Troquei uma roupa, peguei um dinheiro, o celular e sai pra ir na venda do seu Mauro, comprar cerveja. Nuncq pensei estar nesse amor com a loira
Enquanto andava, conferi meu celular e tinham 4 chamadas perdidas de um número que eu não conheço, mas mesmo assim, retornei.
📱LIGAÇÃO 📱
— Alô.
— Fala.
— É que esse número me ligou ontem, queria saber quem era.
— Bala.
— Ah tá. E queria?
— Deixa pra lá, emoção do momento.
— Então já é...
Fim da ligação
Entendi nada, hein. No automático, salvei o número e guardei o celular.
Comprei minha cerveja tranquila, já tava gelada, então, ia ser só sucesso. Cheguei em casa e tá Thatiana tomando esporro.
Viviane: Você parece que gosta... — neguei com a cabeça, estávamos só nós duas na sala.
Thatiana: Se mete na sua vida, cara.
Viviane: Eu não sou tuas amigas de escola não, Thatiana. Falo pelo seu bem, você só faz merda e ainda quer me envolver, vai mentir? Mente direito. Tão merda que nem isso você sabe fazer... E olha que faz isso desde que aprendeu a falar. — levantei do sofá e fui sentar na porta dos fundos, pra ficar trocando ideia com meus pais.
Passei o resto de tarde morgando, meus pais me acompanharam na cerveja e Thatiana ficou enfurnada no quarto.
Estávamos falando mal dos parentes da minha mãe e ela já tava pilhada. Minha barriga doía de tanto rir.
Hellen: Ô de casa! — chamou la na porta.
Rose: Olha ela, cheia de cerimônia. — deu risada. — Entra, garota.
Hellen: Boa tarde, gente. — sentou do meu lado no sofá. — Oi amiga!
Viviane: Tu sabia que minha irmã falou que eu ia encontrar com vocês ontem?
Hellen: Mentira?
Rose: Pois é...
Viviane: Agora ela deu pra enfiar nós duas nas mentiras dela. — neguei com a cabeça.
Hellen: Tia, pelo amor de Deus, eu nem tava sabendo disso... Achei que ela tinha falado que ia comigo mesmo, porque eu já sabia que a Vivi não ia subir, ela tava morta.
Rose: Eu sei que a culpa não é de vocês...
Ficamos mais um tempo na sala e depois fomos pro meu quarto fofocar.
Hellen: Ele tava bem puto ontem... — disse depois que eu contei das ligações.
Viviane: Por quê?
Hellen: Pelo que o Lobão explicou, foi porque os meninos viram sua foto na praia.
Viviane: Que pena. — ri debochada.
Logo o viado mandou mensagem, chamando a gente pra beber na casa dele. E como não tinha mais nada pra fazer, não recusamos.
O viado mora no fluxo da parte alta da favela, então, subimos de mototáxi, e já chegamos gelando. Botamos as cadeiras na calçada e desce cracudinha...
Verãozada, a galera fica até tarde na rua, o bom é esse. De criança a adulto, tá todo mundo na rua. Um vizinho lançou a braba, sentou o dedo no sim e chamou no 150, gosto pouco.
Hellen pediu meu telefone e ligou pro bofe dela, tá chata já.
Vitor: Tá proibida de colar só com a gente?
Hellen: Ahn?
Vitor: Tudo tem que chamar esse homem, eu hein...
