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A avó dele ainda ficou falando um pouquinho com a gente lá, na verdade, comigo, né?! Quase 3h da manhã e eu em pé na cozinha, entrando "fugida" na casa dos outros. Ai ai!

Bala: Tá com sono não, vó? Qual foi. — disse rindo, mas era meio sério.

Marli: Não se pode nem conversar mais, hein. — se despediu de mim com dois beijinhos e saiu.

Olhei pra ele séria, reprovando a situação e ele cagou. Pegou as sacolas com os lanches e saiu de cozinha, eu fui o seguindo, claro.

Subimos pro quarto dele e eu fui logo pro banheiro, não aguentava mais segurar.

Bala: Foi mal, eu sei que você não queria que ninguém te visse.

Viviane: Tá tranquilo. — tirei o chinelo, sentei na cama e cruzei as pernas.

Peguei meu lanche e comecei a devorar, sem muita cerimônia. Eu tava com a barriga colada, de verdade.

Viviane: Na moral... — falei com a boca meio cheia. — Essa maionese deles é muito gostosa. — enchi meu pão com ela.

Bala: Gostosa é o que eu to vendo daqui. — acompanhei o olhar dele e corei na hora. Peguei o travesseiro que eu estava ao meu lado e pus no meu colo, tampando. — Qual foi, Vivi?! — deu risada e eu logo estendi o dedo do meio pra ele.

Depois de acabar com tudo, não deixamos um farelinho sequer. Eu tava pesada de verdade, parecia que tinha comido um caminhão.

Viviane: Não cabe mais um grão de arroz aqui... — recostei na cama, depois de tirar todo o lixo.

Bala: Sem neurose, bagulho bom demais. — concordei com a cabeça. — Ai, com todo respeito, vou tomar um banho e já te levo na tua base, já é?

Assenti, me ajeitei na cama, ele me deu o controle da TV e eu acabei cochilando.

Acordei no susto com o meu telefone tocando. Eu estava coberta e na mesma posição de antes, I seja, eu apaguei mesmo.

Bala: Que porra é essa? — falou no susto e eu o olhei, estava deitado do outro lado da cama.

Viviane: Por que você não me acordou, cara? São 7h já.

Bala: Eu tentei, pô. — deu de ombros, levantando e indo pro banheiro.

Prendi o cabelo e levantei. Dobrei o que estava em cima de mim, deixei na cama e assim que ele saiu, entrei no banheiro pra lavar o rosto e a boca.

Bala: Bora lá, vou te deixar em casa. — assenti, peguei o celular e o segui.

Lá embaixo, dei de cara com a avó dele, que estava molhando as plantas.

Marli: Bom dia, crianças.

Viviane: Bom dia. — sorri.

Bala: Bença, vó.

Marli: Vão sair sem tomar café? — deixou o regador no chão. — Deus te abençoe, meu filho.

Bala: Vamo, vó. Viviane tem hora. — falou num tom estranho e eu concordei com a cabeça.

Marli: Ah, mas volta pra comer comigo qualquer dia, tá? Manda um beijo pra sua mãe.

Viviane: Tá bom, mando sim. Tchau!

Bala: Sei não, hein...

Seguimos até a minha casa, ele parou um pouco antes. Desci da moto, entreguei o capacete pra ele e fui dar dois beijinhos pra me despedir, mas sabe quando a pessoa te beija no automático, tipo, só encosta o rosto? Foi o que houve.

Viviane: Obrigada por ontem. — sorri e ele só balançou a cabeça. — Fiz alguma coisa de errado?

Bala: Pô mano, papo reto mermo? Detesto bagulho de mentira, tá ligado. — olhava pra ele sem entender. — Mina que se faz, pra mim é carta fora do baralho.

Viviane: Você pode ser mais claro?

Bala: Tu não disse que tava sem celular, que não tinha, sei lá qual é a ideia. — revirei os olhos e neguei com a cabeça.

Viviane: É isso, cara?! Sério, não acredito. — ri desacreditada e ele sustentou o olhar no meu, ainda sério. — Eu só não gosto de passar meu número pra quem não conheço.

Bala: Já é, po. Fui, to em cima da hora... — falou e guiou doido.

Eu não consigo acreditar que esse homem bateu neurose por isso, é sério?! Entrei em casa negando com a cabeça e minha mãe já estava acordada.

Rose: Perdeu a hora foi? Bom dia.

Viviane: Acho que perdi. — disse rindo, mas ela não gostou muito não. — Bom dia, mãe.

Passei direto pro banho e voltei pra cozinha. Tomei meu café, botei algumas roupas pra lavar, dei uma geral na cozinha pra ajudar a minha mãe e voltei pra sala, deitando no sofá.

Minha mãe passou o dia todo estranha comigo, porque ela não gostava quando eu dormia fora sem avisar. Tudo bem, eu entendo, ela tem as preocupações de mãe dela, vacilei em não avisar.

Estávamos nós três sentadas na sala: eu, ela e minha irmã.

Rose: Não vai contar com quem você estava?

Viviane: Ninguém de interessante, mãe. — continuei olhando pra televisão.

Rose: Ninguém de interessante que te fez perder a hora e não me avisar onde estava? Imagino... — disse irônica e eu continuei calada.

Almocei com ele, já que meu pai que tinha preparado o almoço pra nós e logo depois, saí pra ir pro salão. Afinal, também sou filha do Homem, né? Mereço.

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