94

9.2K 825 141
                                    

META
100 ⭐️ | 50 💬

VIVIANE

É torturante ficar longe do Daniel, ainda mais quando estamos falando de missões, já que eu não faço ideia de quando ele volta, como volta ou o pior, se ele volta.

Acordei com ele levantando, como sempre. Segurei na mão dele e ele se virou pra mim. Eu queria poder segurá-lo ali, mas como não dava, ele beijou minha mão e saiu.

Nós dois odiamos despedidas e já é combinado entre nós, que sempre que rolar coisas desse tipo, a gente não pode ficar fazendo todo aquele roteiro.

Depois que ele saiu, eu não consegui mais dormir. Rolei até a hora de ir pra escola e assim, o dia passou.

Toda hora eu pegava o celular, via todas as mensagens que tínhamos trocado, o visto por último, o status de todo mundo e até os perfis de fofoca. Zero notícias, nada.

Deixei as crianças na vó Marli e almocei por lá mesmo. O dia estava estranho, a gente quase não conversou e olha que eu, ela e a tia Neuza adoramos falar.

Subi pro quarto do Dani e arrumei o armário dele todo, só pra sentir o cheirinho dele exalando no ar. Botei umas roupas pra doação, outras botei na bolsa pra levar lá pra casa e também botei alguns tênis pra fora. Esse garoto parede um polvo, tá doido.

Depois de tomar um banho, deitei na cama dele e apaguei. Só acordei com o celular tocando, era a Hellen.

📱 melhor amiga 💩 📱

— Tá em casa?
— Não, tô na vó Marli.
— Preciso falar com você. Vai descer que horas?
— Daqui a pouco, é muito sério?
— Sei lá, amiga.
— Vai lá pra casa, eu tô descendo.

FIM DA LIGAÇÃO

Hellen é foda, fico pra morrer quando ela me liga e não conta as coisas direito. Ainda mais assim, no meio de uma missão dos meninos.

Desci pra casa e ela estava lá no portão. Botei o carro do Daniel pra dentro e ela entrou com a moto. Peguei as coisas no banco de trás, tranquei a porta e já comecei a falar.

Viviane: Fala tudo logo. — fui em direção a porta dos fundos, destrancando.

Hellen: Fui fazer a unha de uma mona hoje, primeira vez. E adivinha? Ela é vizinha do Jorginho.

Viviane: E? — enquanto ela falava e me seguia pela casa, eu arrumava as roupa do Daniel no armário.

Hellen: A mona falou que eles tem brigado a beça, que ele bate na Isabella todo dia, todos os dias mesmo, principalmente no horário que as crianças estão na escola. Que volta e meia, ele xinga você...

Viviane: Eu? — virei assustada.

Hellen: Sim, você. Diz que vai te matar se ele souber que ela tá falando com você, que vai embora com os filhos e ela nunca mais vai ver ninguém. Falou que botou a tia dela pra buscar as crianças, só pra não vir de carona contigo.

Viviane: Mas irmã... — eu estava boquiaberta com a situação.

Hellen: É, menina. Diz que ela grita muito, chora, pede pra ele parar, ela tá achando que ele tá até estuprando ela, sabe? Deus que me livre.

Viviane: Ele foi pra missão com os meninos?

Hellen: Não, irmã. Ele é peixe pequeno, e também tá afastado do cargo porque bateu naquela Aline, da dona Osmilda.

Viviane: Eu ainda avisei pra ela outro dia, quando eu tava saindo do mercado. — respirei fundo. — Eu tenho que dar um jeito de ajudar essa mulher, cara.

Hellen: Como, irmã? Tu não tem medo dele fazer alguma coisa contigo não? Se bem, que ele não é nem maluco, vocês é mulher do Bala.

Viviane: Quando eu tive medo de homem? E outra, eu não sou a mulher do Bala não, isso é consequência. Eu me garanto sendo Viviane mesmo, tu sabe.

Ficamos conversando mais um tempo, fiz uma jantinha básica pra gente e logo depois, ela meteu o pé.

Como se já não bastasse a cabeça a milhão por conta do Daniel, agora eu quero e vou tirar a Isabella desse inferno. Ou eu não me chamo Viviane, gente.

5O TONS 🔥Onde histórias criam vida. Descubra agora