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DIAS DEPOIS

Depois do baile, João e Isabella se envolveram mesmo, tá? Quase todo final de semana, eles vem pra cá. Abri a porta da casa pra eles sim, Daniel também. Ele se dá tão bem como o meu irmão, que parece que o irmão é dele...

Hoje é quinta-feira e eu acabei de chegar em casa. O dia foi corrido, levei e busquei as crianças no psicólogo e ainda fiz mercado.

Quero contratar uma menina pra limpar aqui em casa, mas o Daniel é cheio de merda com quem a gente coloca aqui, então, fica bem difícil de conseguir alguém. Logo, toda semana tem nós dois dando faxina. Reclamar eu não posso, já que ele chega juntinho comigo.

Fui dar um beijo nos meus avós e meu avô me chamou pra um particular. Com certeza é problema.

Osvaldo: Tem falado com seu pai?

Viviane: Eu mando mensagem pra ele, vô. Às vezes, ele demora pra responder, mas na maioria das vezes, me responde. Mas, por quê?

Osvaldo: Aquela vizinha lá, Tereza... Falou que ele não tá muito bem, só vive bêbado. Outro dia, o marido dela que ajudou ele a entrar em casa.

Viviane: Puta que pariu! Vai voltar tudo a ser como era...

Osvaldo: E a Thatiana tá fazendo uma zona naquela casa, é som alto, entra e sai de gente o dia inteiro. E a criança lá, né?

Viviane: Eu tô indo lá agora. Eu avisei que se ela não se mancasse e saísse, eu ia amassar ela.

Osvaldo: Ô Viviá... — tentou me conter.

Viviane: Tô indo lá agora, vô. Vou até sair pela cozinha, pra minha avó não ficar preocupada.

Saí pela cozinha mesmo, mandei um áudio pro Daniel, entrei no carro e guiei doida lá pra cima.

Estacionei na frente da casa da tia Paula, e fui andando até a casa do meu pai. Cumprimentei as vizinhas que estavam de fofoca na rua e cochicharam quando me viram.

Na frente da casa tinham várias motos, o som tava alto a beça, eu conseguia ouvir a falação lá da rua.

A porta da sala estava apenas encostada, a "galerinha" estava no quintal, que fica na parte de trás. Onde meu pai arrumou com todo carinho, esforço, fez até um gramadinho, mas a gente não conseguiu usar.

Meti a mão no relógio da luz, que ficava pro lado de dentro da cozinha. Desliguei e liguei.

Viviane: ACABOU ESSA PALHAÇADA AQUI! — gritei e todos que estavam lá, me olharam assustados. — CADÊ O DONO DA CASA?

Thatiana: A dona da casa sou eu. — gargalhei debochando.

Viviane: Você não é nada aqui dentro. Você tem dez segundo pra botar todo mundo que tá aqui pra fora, antes que eu bote fogo em vocês todos.

Acerola: Tá com marrinha de primeira dama agora, é?

Viviane: Cala a boca que eu não tô falando com a merda, por enquanto, é com o vaso.

Voltei pra sala e sentei no sofá. Ouvi a galera se arrumando pra sair mesmo e olhei pra um casal que saia do meu antigo quarto. Eles até mudaram de cor quando me viram.

Viviane: Ué, virou motel? — levantei. — Sai todo mundo daqui. Agora!!!!!! Anda. Anda.

Tava cheio de moleque conhecido do Bala, pessoal que é envolvido, mas de cargos menores, óbvio. Alguns me olhavam com medo, com toda certeza, achando que o caldo ia entornar pro lado deles.

Acerola: Quer que eu fique aqui com você, princesa? — falou com a Thatiana na porta.

Viviane: Só se for pra apanhar junto, comédia. Sai da minha casa, sai. Que meu papo contigo é outro e sua hora vai chegar... — fechei a porta na cara dele. — Cadê a Cecília?

Thatiana: Tá na minha mãe. — falou com a voz trêmula.

Thatiana é uma covarde, sempre foi. Ela gosta muito de cantar de galo na frente das pessoas, mas comigo, ela sabe que o buraco é fundo demais pra ela.

Viviane: Agora ela tá ficando com a criança pra você fazer puteiro aqui? Na ausência do meu pai? — bati palmas. — Tá certo. Duas medíocres, baixas, sujas, sem noção de porra nenhuma.

Dei alguns passos na direção dela, até que ela encostasse na parede.

Viviane: Eu falei que se você não saísse daqui por bem, eu ia te tirar daqui na base da porrada, não foi? — segurei o pescoço dela com uma mão só e fui fechando aos poucos.

Thatiana: É-é, Viviá.

Viviane: Meu nome é Viviane e na verdade, eu não quero nem que você fale o meu nome. — soltei. — Agora, junta todas as suas coisas e as coisas da Cecília e some daqui. Vou estar sentada no sofá, esperando.

Thatiana: Você não pode fazer isso comigo.

Viviane: Eu posso sim, a casa é minha. E você já tinha sido avisada. Sua mãe não tem casa aqui no morro? Vai morar com ela.

Thatiana: Mas é só uma quitinete.

Viviane: FODA-SE! — dei um grito e ela se assustou.

Thatiana: Você só tá fazendo isso porque ainda ama o Acerola, porque sabe que estamos namorando e você tá recalcada.

Não pensei duas vezes, fechei a mão e colei na cara dela. Um retão pra ficar esperta.

Não sei o que deu nela, porque resolveu vir pra cima de mim.

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