50

10.4K 818 82
                                    

Cheguei e fiz um aperto de mão com os caras, logo vi o Acerola e fui na direção. Trocamos uma ideia maneira, mó tempo que não vejo o cara, é cria, cresceu comigo aí, mas na época que saiu daqui, nunca pensei que fosse se juntar a firma.

Passei a visão pra ele, deixei a planta toda na mão. E continuamos a trocar ideia, até a hora que o telefone chamou e ele saiu de cena.

Soneca: Tu conhece o cara, patrão?

Bala: Conheço, po. Tá escaldado?

Soneca: Não, po. Só não tava ligado qual que era a dele... — deu uma olhada pra ver se ele voltava. — Chegou cheio de moral, conhece geral e o paizão já botou pra cá, entendi nada.

Bala: Tu sabe como é que é, né? Consideração de firma... — ele fez joia e logo o Acerola voltou.

Acerola: Mal voltei e já tá a mulher me procurando...

Bala: Vai matar a saudade, po. — dei dois tapinhas no ombro dele e na mesma hora, lembrei que a ex mulher dele aqui no morro, é a minha mulher. — Mas fala tu... Das antiga?

Acerola: É, pô. Estudou com a gente, tá ligado não? — neguei com a cabeça.

Bagulho já logo apertou minha mente, né? Fiquei bolado na merma hora, despedi dos moleques e meti o pé pra base.

O ciúme que eu tenho da Viviane me deixa cego, é o erro total. Sem neurose! Cheguei sem trocar nenhuma ideia, geral na sala conversando e eu passei direto pro banho.

Tava de cabeça quente, criando várias ideia errada. Imaginação indo longe, tá maluco...

Viviane: Vai almoçar não? — apareceu no quarto. — Fiz escondidinho de carne moída pra você.

Bala: Já vou, po.

Viviane: Se estressou alguma coisa? — só balancei a cabeça que sim. — Quer conversar sobre?

Bala: Já falei que bagulho de firma, não posso ficar passando pra tu.

Viviane: Desculpa, só quis ajudar. Não precisava dessa ignorância toda...

Bala: Tô sendo ignorante não, po. — dei de ombros e desci, indo pra cozinha.

Arrumei meu almoço e sentei na varanda de trás. A nega é foda na cozinha, ninguém ganha do tempero dela, tá maluco. Comi duas vezes e ainda cogitei a terceira, mas acabei deixando pra depois.

Cheguei no quarto e a Viviane tava apagada, largou a televisão ligada e tudo. Deitei do lado dela e fiquei marolando, pensando pra caralho nessa ideia do Acerola.

Olhei pra mesinha de cabeceira e o celular dela tava dando sopa. Meti a mão merrmo e fui tentar desbloquear, apanhei pra caralho e não consegui. Esses tal de iPhone é uma merda, tomar no cu. Por isso que quando os cara chega querendo desenrolo com essas merdas, eu mando voltar... Dá pra fazer nada com essa porra.

Tentei tirar um cochilo, mas logo o Sangue acionou e eu fui ganhar o meu.

Tava no veneno, me estressei com uns menó que fizeram merda no comércio dentro da favela, depois fui resolver um abacaxi da boca dos apês. Tá maluco, pô. Tudo quanto é pica, nego quer jogar no meu colo. Vai se foder!

Já tô de cara quente com essa história aí, ainda quer que eu tome frente de tudo. Não é brincadeira não.

Acionei o Lobada e fomos tomar um gelo, trocando uma ideia sagaz, tava precisando. Nem toquei no assunto da Viviane, moleque é fera, é meu braço, mas é um escravoceta do caralho, vai passar a visão todinha pra Hellen e ela sendo melhor amiga da Viviane, vai na hora jogar pra ela.

Lobão: Ah não... O problema. — olhou pro lado esquerdo da nossa mesa.

Bala: Anne? — fez que sim com a cabeça. — Qual que é?

Lobão: Tu é burro assim mermo ou tá se fazendo? — continuei sem entender, olhando pra ele. — Qual foi, Bala?! Essa mina tá doida pra sentar pra você.

Bala: Para de onda, moleque. A mina é amiga da minha mulher, po.

Lobão: Amiga é o caralho, pô. Tá te rodeando a beça, se tu der um mole... Esquece! — negou com a cabeça.

Ela passou por nós, cumprimentou de longe, mas não tirava o olho lá da mesa.

Eu sabia que o papo do Lobo era verdade, mas como, vou me fazer de maluco. Quero nada com ela mermo, ignorar é a melhor parada.

Fui dar um mijao e pagar a conta, quando voltava, me trombei com ela, que veio logo cheia de ideia.

Anne: Cadê a Vivi?

Bala: Tá em casa.

Anne: E por que você não tá com ela? Brigaram? — neguei com a cabeça e já fui me adiantando. — Que pena.

Fingi que não escutei, né po. Ideia sem cabimento nenhum, paga de amiga pra caralho e quer meter essa. Sem lógica!

Tomara que ela se ponha no lugar e não force mais, se não, vou ter que sair de lógica.

5O TONS 🔥Onde histórias criam vida. Descubra agora