carminho
Uma semana e meia depois e era a primeira vez que me sentia tão feliz.
carminhof.g
she's here ✨
🏷 magalhaespiris
👀 200A minha mãe estava a trabalhar até tarde, deixando-me encarregue do jantar. Para além da Íris ter chegado muito mais cedo, sem estar à espera, também tinha as minhas irmãs a meu cuidado esta noite.
Acabei por jogar pelo mais fácil e encomendei algumas pizzas para as quatro. As mais novas e o Lucas estavam num colchão ao lado da cama, enquanto jantavam.
O Tyson estava também deitado no chão, sempre com o olhar atento aos movimentos de uma de nós.
Estávamos novamente a comentar o facto das minhas irmãs serem mais parecidas com a Íris, que comigo propriamente. Eram as três loiras, olhos claros e princesinhas.
E depois nasci eu, morena em todos os aspetos, cabelo e olhos igualmente escuros.
Segundo a minha mãe, toda eu era pai.
- Supostamente éramos para ir sair hoje, mas se calhar ficamos por casa. São quase nove e a minha mãe ainda não chegou.
- Também estou cansada. Ficamos a ver uma série e qualquer coisa, vamos à varanda. - Ela concordou comigo. - O teu amigo vai ficar ali, abandonado... À tua espera.
- Achas? Não. Ele deve ir com os amigos. Sexta à noite, portanto... Devem ser adolescentes que saem para festas... Né?
- Sei lá. Até em Lisboa as pessoas saem. Devem ter festas privadas de ricos.
Soltou uma breve risada.
Pouco tempo depois, as gémeas foram para o quarto brincar. Pedi-lhes que tivessem cuidado e que me chamassem se fosse necessário. Posto isto, arrumei num instante a cama e deitei todo o lixo para o lixo.
Liguei o computador, emprestei um pijama mais fresco à Íris e acomodamos-nos a ver uma série. Lúcifer.
Ao fim de quatro episódios, a minha mãe chegou a casa. Eram quase onze da noite, tinha passado todo o dia no escritório. Acabamos por descer para a cozinha.
A Íris cumprimentou a minha mãe.
- E então meninas? Desculpa ter chegado tão tarde. Não querem ir sair? - Tanto eu como ela negamos. - Certeza?
- Sim mãe. Vamos aproveitar para acordar cedo e ir passear. Saímos amanhã à noite, visto que também não sei onde se sai aqui. - Disse, a verdade é que ainda nem tinha pensado nisso, sair para festas.
Ou com outras pessoas.
- Passei no jardim e estavam muitos miúdos da tua idade. - A minha mãe comentou, enquanto petiscava alguma coisa.
- Amanhã mostro à Íris.
- E a viagem? Correu bem, querida?
- Sim Dona Graça, obrigada por ter concordado com a minha visita cá a casa.
- És sempre bem-vinda.
A loira agradeceu.
Ficamos a conversar um pouco com a minha mãe, até que foi deitar as meninas e tomar um duche para se deitar também.
A Íris preparava uma ganza para fumarmos antes de irmos dormir. Coloquei dois bancos e uma mesa pequena na varanda. O facto de não estar muito vento, só tornou tudo agradável. A rapariga sentou-se.
Coloquei música baixa no telemóvel, confirmando se as janelas estavam fechadas. O cheiro podia chegar à minha mãe e era algo que nenhuma de nós desejava.
- O Ander mora nessa da frente. - Comentei, relembrando que a esta hora já devia estar no muro. - As vivendas são enormes.
- Mesmo. Mudaste-te mesmo para um sítio tão riquinho mana, possa.
Concordei com ela.
- Amanhã vai fazer sol. - Ela disse. - Podíamos ir ás compras de manhã, passar a tarde na tua piscina e depois sair à noite. Podíamos passear domingo e ficava logo no aeroporto.
- Sim, por mim tudo bem. Ainda não conheço a cidade mesmo. Não tenho paciência para sair e ir conhecer isto.
- Mas devias. Fogo amiga, quem me dera. E tu podes e nem aproveitas.
Concordei com ela.
- Começa a viver Carminho. Moras à frente de um gostoso como o Ander, segundo a foto que me mandaste e ainda te estás a queixar? - Ela começou a rir, tal como eu.
O rapaz encontrou as minhas redes sociais pela manhã e não perdi tempo em enviar fotos para a minha querida amiga.
E ele não perdeu tempo em deixar corações.
- Nem quero pensar nisso.
- Ai amiga, amanhã se conhecer o Ander vou pedir para te mudar o óleo, juro. - Olhei para a Íris chocada, acabando ás gargalhadas.
- Não te deixes de drogas, não.