Carminho
Semi-deitados na cama, a televisão passava um filme de terror e drama. No entanto, o Ander só estava interessado em atirar pipocas para cima de mim, acabando por me fazer rir.
Estava a ficar louca com tanta comida nos meus cabelos, que me atirei para cima dele, ao vê-lo pousar a taça na mesa de cabeceira. Como não esperava, assustou-se imenso. Deitei-me a rir que nem perdida, devido á reação dele. Não conseguia parar de gargalhar.
O moreno começou a resmungar, embora bastante divertido, acabando por correr os seus dedos pela minha barriga.
Contorci-me pela cama, tentando fugir-lhe e ao ataque que me estava a fazer.
Lágrimas já escorriam de tanto rir.
Entretanto, ouvimos passos perto da porta do quarto e logo, a silhueta de uma mulher alta de salto-alto surgiu aos meus olhos. Rodei-me, de modo a ficar direita na cama.
Congelei completamente. Ander, sentando em cima de mim, com as mãos na minha barriga já fora da camisola, apenas se riu.
- Olá mãe, chegaste mais cedo!
- Pelos vistos. - Tentava não sorrir. - Carminho, não é? No outro dia saíste a correr...
- Ah sim... - Proferi bastante tímida. - Desculpe Sra. Piper, a minha mãe estava à minha espera em casa...
- Vá mãe, não a intimides por favor. - O rapaz falou, ao perceber que estava nervosa. - Correu tudo bem? Pensava que iam jantar lá. - Saiu de cima de mim, sentando-se na cama.
Assim como eu.
- O teu irmão está mal disposto. Bem, querem lanchar alguma coisa? - Ander olhou para mim, senti a pressão.
- Queres comer alguma coisa?
- Tenho massa de crepes ainda. Desculpa minha querida, estava só a meter-me contigo! Não me leves a mal. Estás à vontade para estar aqui em casa. - Sorriu-me, deixando-me muito mais leve. - Vá, venham lanchar.
- Obrigada, aceito um crepe, sendo assim. Mais uma vez, desculpe a forma constrangedora com que nos vimos pela primeira vez.
- Não tens que te desculpar.
- Bem, vamos comer. - O Ander procurou os meus dedos, levantando-me da cama. Quando a sua mãe desceu as escadas, o rapaz puxou-me contra o seu peito. - Estás a ver? Ela também já gosta de ti.
Sorri-lhe, roubando-lhe um beijo inesperado. E ele puxou-me pelo corredor dessa forma. Entre beijos e apertos atrevidos.
Quando chegamos à cozinha ampla e aberta em conjunto com a sala de estar e jantar, encontrei uma criança deitada em cima do Ace. Sorri, era uma visão adorável.
Num breve resume, Ander informou-me que a sua mãe se chamava Alba, o mais novo de dez anos Lorenzo e o seu pai, Alejandro. Agradeci a informação, pois não queria fazer mais figuras, já tinha sido o suficiente.
Sentamos-nos na mesa, onde a sua mãe já tinha colocado os crepes simples, os morangos, Nutella e banana também.
Por acaso, era algo que adorava.
Fiquei um pouco calada durante o lanche, não sabia bem o que dizer. Ander perguntava sobre o modelo da casa que tinha ido ver. Pelo que as conversas me mostraram, ela era arquiteta e ia passar a tarde fora.
Como o mais novo se sentiu mal na casa de um amigo, para onde tinha ido brincar, a Alba não teve tempo de estudar bem a casa.
Notava-se que ele era próximo da mãe.
- Como está a correr a vossa adaptação aqui? É um bairro muito simpático.
- Está a correr bem. A minha mãe está a adorar o trabalho. - Contei-lhe. - Foi mais complicado ao início, o choque de mudar de repente. - Alba assentiu, percebendo-me.
- E já conheceste muitas pessoas?
- Algumas sim. Comecei a faculdade hoje, creio que agora, é que vou realmente conhecer quem mora por aqui. E mais pessoas mesmo.
- Sem dúvida!
A conversa prolongou-se durante longos minutos, até que Ander ajudou a mãe a limpar a mesa, tal como eu. Depois, avisou que íamos acabar de ver o filme.
Fomos novamente para o seu quarto.
- Pareces mais tranquila.
Assenti, aliviada pela opinião da mãe dele não parecer ser negativa.
Abracei o pescoço do Ander com os meus braços, desafiando-o num beijo. Este, que sem dar conta, se intensificou. O moreno deitou-me lentamente na cama, colocando-se em cima de mim, sem deixar os meus lábios.
Puxei-o mais para mim, sentindo a falta da sua boca na minha, visto que deixava um rasto dos beijos húmidos pelo meu pescoço, enviando-me uma onda de arrepios.
Senti novamente as suas mãos por baixo da minha camisola e as suas mãos frias a explorar a minha barriga e peito.
- Ei, não abuses... Olha a tua mãe.
- Não me tivesses beijado. - Contra-argumentou sem pensar muito. - Achas que me podes provocar e pedir para não abusar? - Uma descarga elétrica percorreu o meu corpo, pois a sua respiração embatia na minha orelha. - Nem sabes o que despertas em mim.
Sussurrou de novo, colidindo os seus lábios nos meus com alguma agressividade.
(...)
Será que conheceu a futura sogra? 🤪