carminho
Em silêncio nos bancos apaixonantes do bmw do Ander, apenas a música ecoava pelo mesmo, deixando um clima muito bom.
Quando entrei no carro, o Ander explicou-me que estávamos numa das periferias de Madrid, então, queria levar-me ao centro da cidade. Ele também me informou sobre a escolha do lugar onde íamos jantar.
Escolheu um restaurante muito simples, visto que receava não gostar dos pratos tradicionais, visto que era portuguesa.
Todo o cuidado e preocupação foram o bastante para aquecer o meu coração. Não era apenas eu que estava nervosa. O rapaz sentado ao volante também estava. Todo ele estava bem vestido e apresentável.
Usava uma camisa preta simples, umas calças num ganga escuro e uns ténis igualmente num padrão escuro. O seu cabelo estava a crescer, o suficiente para revelar os caracóis.
O rapaz estacionou o carro.
Sai do mesmo, encontrando-me com ele diante deste, enquanto passávamos a estrada. Senti os seus dedos nos meus.
Respirei fundo e mantive a postura. Todo ele a demonstrar sentimentos.
- Escolhi algo que é impossível não gostares!
Estávamos numa casa de hambúrgueres artesanais no coração de Madrid, - Sol -. Fiquei muito satisfeita com o espaço, com a cidade em tons noturnos. Desejava conhecer mais da zona e de toda a cidade em geral.
Pedi um dos hambúrgueres mais simples, embora receando experimentar o molho. Este era composto por bacon, queijo, alface e pelos típicos molhos da casa
O Ander pediu um muito mais composto, visto que tinha imenso apetite, pelo que havia dito a caminho do restaurante.
Antes do silêncio da música.
Quando os nossos pedidos chegaram, após uns dez minutos, ainda terminávamos as entradas que o moreno decidiu pedir. Uns croquetes de carne e uns queijos aos cubos.
As nossas bebidas chegaram em simultâneo com as entradas, uma coca-cola para o rapaz e um sumol de ananás para mim.
Saboreava a mistura de sabores naquele hambúrguer, o que me deixou deliciada. Fiquei com uma impressão muito boa do espaço e dos próprios funcionários. Foram muito acessíveis e educados connosco.
- Isto está tão bom! E adoro o facto de ter um toque de picante! - Partilhei a minha opinião, o mais animada possível.
- Ainda bem que gostas! Está excelente mesmo, venho cá há muito tempo.
- Normal. Muito bom mesmo.
Trocamos sorrisos, onde não deixei de derreter com os olhos e sorriso amorosos dele.
Conversávamos sobre inúmeros assuntos, mas estávamos focados nos nossos estudos. Aliás, o meu estudo, visto que o Ander mantinha-se na empresa com o pai. Contei-lhe que gostava das conversas ao jantar com a minha mãe, ajudava imensas pessoas.
O Ander parecia mesmo interessado no que lhe estava a dizer. A verdade, é que me senti muito faladora com ele. Era tão assustador deixar-me levar por ele tão facilmente.
A empresa do seu pai envolvia alguns projetos confidenciais e muita tecnologia. Parecia gostar e querer manter-se nela.
Após uma longa hora e meia no estabelecimento, o Ander perguntou se estava satisfeita com o jantar. Afirmei, sendo honesta com ele. Então, decidiu pedir a conta e colocar o dinheiro no recipiente entregue.
- Ander...
- É o primeiro encontro. Acho que faz sentido pagar-te o jantar, não é Carminho? - Balancei a cabeça e ele sorriu.
Acabamos por abandonar o espaço, entrando de novo no seu bmw preto.
Tentava saber onde me levava, quais os seus planos durante a restante noite. Era Sábado, os bares, cafés e jardins deviam estar cheios, caso fosse como em Portugal.
- Conta-me Ander!!
- Deixa de ser teimosa! - Resmungou, virando para uma zona pouco movimentada, mas com uma iluminação fantástica.
Li as placas por onde passávamos, de maneira a descobrir onde estávamos.
- Achas que vou entrar ali?
- Claro que vais. - Concentrou-se na manobra de marcha atrás que fazia. - Comigo. Uns beijos e um clima muito romântico a voar por Madrid à noite, Carminho.
- Voar?
- Porque raio te focaste nisso? - Olhou-me de lado e eu ri-me. - Uma pessoa tenta ser o mais romântico e tu és assim.
- Estás a conseguir Ander. - Tranquilizei, após sair do carro dele.
Entrelacei os meus dedos nos dele por iniciativa própria, apanhando-o de surpresa. O meu coração falhou uma batida, ao perder-me nos olhos apaixonantes dele. Era tão fácil ficar apaixonada por cada pormenor.
Reparei que os teleféricos não estavam abertos ao público, o que me deixou confusa. Será que o Ander não sabia?
No entanto, vi-o acenar para alguém no lado de dentro da estação de controlo.
E fiquei estupidamente enfeitiçada.
- Ander?!
O rapaz sorriu-me. Um sorriso tímido e uma expressão tão envergonhada. Segurei o rosto e beijei os lábios dele. Envolveu-me num abraço caloroso e apertado, onde senti os lábios dele a tocar na minha bochecha.
- Isto é demasiado bom... - Sussurrei, sentindo todo o meu rosto incendiar. - Nunca pensei que alguém, algum dia, fosse capaz de me preparar uma surpresa assim...
- E porque não? - Abriu a porta do teleférico, deixando-me entrar em primeiro lugar. - Achas que não mereces?
Encolhi os ombros.
- Acho que não sou uma pessoa que valha a pena o trabalho. - Disse-lhe, de mãos apoiadas no vidro do teleférico. - Ó meu Deus, tão lindo, todas as luzes Ander!
- Vales muito a pena, Carminho. - Senti os seus braços abraçar a minha anca. - Para mim. Só te quero manter perto de mim.
- Só quero estar perto de ti.
(...)
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