carminho
Senti o meu corpo a aquecer, o que me fez despertar lentamente. Era difícil mexer-me na cama, visto que tinha o corpo do Ander colado ao meu. Enrolado no meu.
Um sorriso cresceu no meu rosto e no fundo do meu estômago, uma sensação estranha.
Virei o meu corpo para o moreno adormecido, levando a mão aos cabelos curtos dele. Pouco a pouco, começou a despertar. Escondeu o rosto na cova do meu pescoço, abraçando-me ainda mais, se fosse possível.
Sorri no seu aperto, ouvindo-o resmungar.
- Estou com uma dor de cabeça horrível. - Ele murmurou baixo. - Que merda.
- Para a próxima, não bebas. Há maneiras mais fáceis e indolores de te divertires. - Afastou-se, para me encarar.
Mostrou um sorriso bobo.
- Foda-se, que horas são? - Sentei-me na cama, após falar um português assustado.
Procurei pelo meu telemóvel.
Apenas encontrei a minha camisola atirada, tal como as minhas calças e o meu sutiã. Arregalei os olhos, embora sabendo o que não aconteceu, mas também o que aconteceu.
As suas mãos exploraram o meu corpo. Sabia e ainda as sentia pelas minhas coxas. Tal como a sua mordida no meu pescoço.
- Está aqui!
Entregou-me o telemóvel, levantando-se da sua cama apenas com uns boxers pretos.
Não deixei de o observar.
E ele sabia-o. E ainda me provocou.
Reparei que já passava da hora de almoço e na quantidade de mensagens da minha mãe. Creio que nunca tinha saído tão rápido de uma cama, como naquele momento.
Tinha também dez chamadas dela. Será que já tinha a polícia à minha procura?
Comecei a vestir-me o mais rápido possível.
- O que se passa?
- Ander, sai de casa sem dizer nada. São quase três da tarde! A minha mãe está louca. - Senti o seu braço na minha barriga e logo me encostou ao seu corpo quente.
- Tens mesmo que ir?
- Claro que sim! - Senti então os seus lábios húmidos pelo meu pescoço. - Não me seduzas, a ideia é ir para casa Ander!!
- Não vás... Podias ficar comigo. Até porque me sinto mal... - Prolongou a palavra.
- Preciso é de dar sinais de vida!
Virei-me para ele, beijoquei os seus lábios e sai a correr do seu quarto. Até me lembrar que era o seu quarto. E três da tarde.
Com os ténis na mão, o cabelo despenteado e a roupa desajeitada... Conheci a sua família, que almoçava no jardim. Arregalei os olhos. Perdi a reação por completo. Só queria esconder-me, a vergonha apoderou-se de mim.
E paralisou-me totalmente.
Até que senti uma mão no fim das minhas costas e o cheiro característico do Ander. Nem sabia o que dizer.
- Estás bem? Respira Carminho.
- A tua família está a olhar para nós. E tu estás de boxers e eu nestas figuras.
- E eles continuam a ouvir-te. - Encolheu os ombros. - Mãe, pai, é a Carminho. Chegou de Portugal há umas semanas.
Ambos, simpáticos, sorriram-me.
- Queres lanchar connosco? - Balancei a cabeça negando, bastante constrangida.
O Ander acompanhou-me ao portão.
Dei uma corrida até à minha casa, pois ainda estava descalça. Fechei o portão, respirando o mais fundo que consegui. Logo, ouvi o ladrar do Tyson perto de mim.
Pousei a mala e o casaco no chão, baixando-me para o receber. O animal estava preocupado, só ladrava e se atirava para cima de mim.
- Calma amor, já estou aqui. - Dei-lhe mimos e muitos beijos. - Tyson, calma.
Logo, ouvi os saltos altos da minha mãe.
- Maria do Carmo, por amor de Deus. Onde raio passaste a noite? Tu perdeste a cabeça? - O seu tom mostrava ao quão irritada estava. - E nem foste capaz de avisar?!
- Desculpa mãe.
- "Desculpa mãe"?! Achas piada?
- Não! Desculpa. Não foi com intenção. Uma rapariga que conheci pediu-me para ir ter com ela e acabei por adormecer.
- Amiga? Aqui?
- Sim mãe, ela mora mesmo no fim da rua. Eu sei que devia ter avisado, desculpa.
- E essa camisola?
Usava a camisola do Ander, visto que a minha era demasiado fina. Então, vesti-a por baixo, de modo a ficar mais confortável.
- Ela tem um irmão...
- Jesus Carmo, que mentira tão má. Nem vou comentar, vai só tomar um banho e comer. Por amor de Deus. - Revirou os olhos. - Lembra-te que temos um jantar hoje.
- Eu sei mãe.
- Então não te atrevas a adormecer. Agora vai, preciso de acabar umas coisas.
Assenti, saindo da sua frente sem hesitar.
(...)
Quero pedir desculpa por todos os erros que deixo passar. Mas escrevo pelo telemóvel e o corretor automático tem muita influência em certas palavras trocadas.
Eu juro que quero reler tudo e mudar o que está mal, mas acabo sempre a escrever novos capítulos.
Sooooo I'm not dumb, sorry for that