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Carminho

- Estás tão feliz... - A voz rouca e cansada do Ander ecoou pelos meus ouvidos. Deitei-me de costas para cima.

Passeei os dedos pelo peito nu dele.

Não conseguia parar de sorrir. E de sentir o meu rosto a aquecer. Usava somente as cuecas e uma camisola do Ander. Sentia-me à vontade perto dele. Nem conseguia explicar.

Os dedos dedos corriam as minhas costas, visto que tinha a camisola subida. O brilho no olhar, a expressão pacífica dele, faziam-me crer que o moreno estava tão feliz quanto eu. Estava mais confortável que nunca. Em relação a tudo. Mas, principalmente a Ander.

- Já viste o que andamos a perder? Já podias ter confiado em mim há mais tempo. - Revirei os olhos. - É mentira?

- Não. Mas nem sei o que me aconteceu ontem, apesar de me lembrar de tudo.

- Também não sei, mas gostei. E muito.

- Ander!

Escondi a cara no peito despido dele, sendo envolvida pelos seus braços. Escapou-lhe uma gargalhada leve, puxando-me mais para ele. Os seus lábios tocaram a minha testa e de seguida, os meus lábios.

Brincou com os meus cabelos despenteados, a fugir do elástico e percorreu a minha pele. Com imenso o cuidado e carinho.

Sorri novamente, estava enfeitiçada.

- Juro-te Ander... - Pousei a cabeça no ombro do moreno. - Estou caidinha por ti. - Atrevi-me a olhar para ele. - Satisfeito?

- Não imaginas o quanto. Principalmente pela noite anterior. - Piscou o olho.

Mantive-me em silêncio.

- É bom demais para durar. Alguma coisa vai estragar o que temos neste momento. - Soltou um suspiro pesado. - É por isso que não tenho estado com ninguém. Seriamente.

- Como assim?

- A Danna vai envenenar-te contra mim.

- Bem que pode tentar. - Subi o seu tronco. As minhas mãos continuavam a deslizar pelo seu tronco nu. - Gostava de ver.

- Aí sim? - Baixou o olhar, observando o quão reveladora era a nossa posição.

- Sim.

- E porquê?

Virou-nos na cama, deitando-se entre as minhas pernas. Pressionou a sua virilha contra a minha, mordendo os meus lábios.

- Ander... - Sussurrei fraca. - Ander, olha que a tua família deve estar acordada.

- Nada que já não tenham percebido ontem.

- Podes parar de dizer isso?! - Bati no peito dele, fazendo com que se risse pelo nariz. - Eles não podem ter dado conta.

- A cama chia um bocadinho. - Abri os olhos, a querer matá-lo por me deixar tímida. - O que é que gostavas de ver a Danna a tentar? - Fuzilei-o com o olhar, apesar dele estar divertido com a situação. - Eles não ouviram.

- Cala-te! Não sabes! Eu acho que não fizemos barulho e nem ouvi a cama!

- Claro que não, estavas demasiado ocupada a pensar noutra coisa. - Aterrorizada com a ideia de nos terem ouvido, nem consegui falar. - És tão parva Carminho.

- Odeio-te.

- Claramente.

- Estás muito satisfeito com o que aconteceu, és um convencido tu! - Resmunguei, ele apenas sorriu. - Que foi?

- Também devias de ser convencida, deixa que te diga... - Aquela expressão novamente. - Não quero mesmo que te deixes levar pelo que elas podem dizer. Confia em mim.

- Não estou preocupada Ander. A sério. Agora, não fiques tu, ok? Dormi contigo porque quis e não estou minimamente arrependida.

- Eu sei.

- E espero que tu também não.

- Achas? Só tenho vontade de te sentir neste preciso momento. - Voltou a pressionar-se em mim, o que me fez prender o lábio inferior nos meus próprios dentes.

Invadiu a minha boca num beijo rápido, ainda a pressionar-se contra mim. Conseguia senti-lo endurecer.

- Ander.

- Por favor Carminho, não estou a aguentar ter-te a morder os lábios por baixo de mim. - Falou fraco, enviando uma descarga elétrica pelo meu corpo num ápice.

- Caralho Ander. - Proferi em português, o que deixou o moreno confuso.

Ele tomou os meus lábios nos dele.

Conduzi a minha mão pelo seu peito, até ao volume nos seus boxers. Assim que me deslizei pela zona mais privada do seu corpo, o rapaz só arregalou os olhos. Respirou pesado contra os meus lábios.

Sentia a sua boca no meu pescoço, tentava concentrar-se no que estava a fazer em mim, ao mesmo tempo que me sentia a tocar-lhe. Olhou novamente para mim.

Aquele brilho. A luxúria. Os lábios vermelhos e até o rosto a ganhar um tom rosado. A pele tão clarinha com alguns sinais.

Todo ele era uma distração.

Continua a mover a minha mão, capturando os lábios dele num novo beijo.

Senti então os seus dedos na renda das minhas cuecas e as mesmas a deslizar pelas pernas. Ele nem me avisou ou deu qualquer sinal. Cobriu a minha boca com a mão.

- Sem acordar a casa.

Sussurrou e a minha vontade de lhe bater, mas no sentido literal, aumentou.

(...)

De 0-10 o quão cringe é ler isto? 😩

HIGH  ➛  ANDER MUÑOZOnde histórias criam vida. Descubra agora