carminho
Após alguma troca de amassos no jardim, o Ander avisou os amigos que se ia embora. Eles olharam para mim e acenaram, com os típicos sorrisos tarados no rosto.
Não deixei de sorrir, embora sentindo todo o meu corpo a aquecer. O rapaz entrou no carro e logo se inclinou para mim.
- Desculpa por te ter feito sair de casa.
- Não faz mal!
- Queres ficar? Estás assim.... Vestida. Aliás, pouco vestida. - Soltou uma leve risada. - Podes ficar, se quiseres.
- Não quero ficar. - Disse simplesmente, pois o pensamento de lhe tirar aquelas roupas, de lhe tocar... Estava a enlouquecer-me. - Como ficas ainda mais apetecível nesse estado?
Deixei escapar e ele mudou de expressão num ápice, tornando-se... Intenso. Muito.
- Pára de me olhar assim. E não te mordas, senão vou ter que perder o cavalheirismo e de te dobrar nos bancos de trás.
Quase me engasguei com o que ouvi.
Ele começou a rir da minha reação e da suas próprias palavras. Acabei por ligar o motor do carro e por conduzir até casa. As suas mãos não deixaram as minhas pernas todo o caminho, as minhas emoções eram imensas.
Não sabia bem o que sentia. Mas era demasiado desejo e vontade de o beijar. Sentir algo, senti-lo. Deixava-me esquisita, sem saber o que lhe dizer.
Então, apenas fomos em silêncio.
- Gostava de ficar contigo. Sei que é quase uma da manhã... Mas podes ficar?
Assenti.
- Podemos ir para minha casa.
Voltei a repetir o aceno com a cabeça, dizendo-lhe que queria ir com ele. Fechei o portão, atrás de mim e passei a estrada.
Senti os seus dedos procurar os meus, no escuro do seu jardim. Adentrou pela porta dos fundos, mantendo os seus dedos entrelaçados nos meus durante todo o caminho. Abriu uma porta, revelando o seu quarto.
Acendeu a luz junto da cama, olhando-me logo a seguir. Sorri-lhe, tímida.
- Ander.. Tenho uma pergunta.
Sentei-me aos pés da sua cama.
- Sim...
- Tiveste com ela? - Murmurei baixo, sentindo-me envergonhada no momento seguinte. - Ou com alguém no geral.
- Não. Não tive. - Aproximou-se de mim. - Não tenho necessidade de estar. - Apoiou ambas as mãos nos meus joelhos, baixando-se. - Porquê a preocupação?
- Porque será? Não quero dormir contigo, depois de teres aquecido a cama de outra. - Ele olhou-me surpreendido.
E eu fiquei igualmente surpreendida.
- Nunca te iria fazer isso.
- Mas já o fizeste? - Tentei parecer normal, no entanto, não estava a conseguir.
- Queres mesmo saber?
Encolhi os ombros e ele suspirou, sentando-se ao meu lado na cama.
- Já te disse que não sou um santo... Portanto, não sei bem o que queres saber. - Explicou-se, igualmente calmo.
- Não sei bem também.
- Já fiz muitas coisas na minha vida, tanto más como boas. Mas Carmo... Não importa.
Mantive-me em silêncio.
- Quero estar contigo.
Inclinou-se para mim, beijando o meu rosto, pescoço e lábios. Começou a fazer pressão para me deitar na sua cama.
Assim o fiz, enquanto acompanhava os seus lábios num beijo longo, sentindo as suas mãos no meu corpo. Deslizou por baixo do material da camisola, levantando ligeiramente as copas do meu sutiã.
Prendi a minha própria respiração, perdendo-me por completo do beijo.
- Desculpa... - Sussurrou.
Olhou-me nos olhos.
Aquele brilho intenso, o rosado das bochechas e os lábios entreabertos.
- Posso? - Sussurrou, trazendo uma das mãos para o meu rosto. Os seus dedos deslizaram de uma forma carinhosa pela minha pele.
Assenti, deixando-o.
- Tens a certeza? Eu sei que queres sentir-te viva e que te sentes quando estás comigo, mas tu não estás habituada a isto Carminho. A tua inocência transparece em ti.
- Não estou. Nunca me aconteceu. Mas quero sentir contigo. O que quer que isto seja, no que quer que resulte Ander.
Levei a mão ao seu rosto, contornando os seus lábios com cuidado.
- Apenas não estejas comigo, depois de estares com outra. Ou antes. A partir do momento em que o fizeres, não volto a estar contigo assim. É só isso que me preocupa.
- Não tens que te preocupar então. Como te disse, estou viciado em ti, não sinto qualquer necessidade de estar com outra pessoa.
- Sei que não temos nada...
O moreno calou-me com um beijo rápido.
- Preocupas-te demais Carminho. Confia em mim, também não quero que estejas com mais ninguém. Só comigo.
Mostrou-me um sorriso, beijando-me de novo.
(...)
Só quero publicar tudo de uma só vez 🙄