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Carminho

Finalmente tinha terminado mais um ano.

Estava bastante orgulhosa de mim e de todo o meu crescimento na língua espanhol. Recebi as melhores notas, sabia que tinha passado a tudo o que me foi desafiado.

Desde trabalhos, a frequências e exames finais, o que me deixava satisfeita e desejosa de voltar a ter as minhas amigas comigo.

As férias de Verão também tinham começado em Portugal. Sabia que Iris ia tirar mais alguns dias de férias do trabalho, o que me deixava na maior ansiedade possível. Passou cerca de três a quatro semanas desde que deixei de sair pelo parque e de responder a mensagens.

Nada de festas, de saídas com os rapazes no parque ou em casa de Luna e Rúbia. Mantinha, estranhamente, contacto com a Ester e parecia que a nossa amizade se tornou muito positiva, o que me deixava feliz.

A verdade é que me afastei o máximo possível, pois queria focar-me na faculdade e em manter o meu futuro em primeiro lugar.

No entanto, nunca tirei uma única pessoa da minha mente e corria para a janela sempre que ouvia um carro ou uma garagem a abrir. Podia reconhecer o som do bmw preto.

Sentia tanto a falta do Ander e não me sentia tão furiosa e confusa em relação a ele. Nem aos meus sentimentos por ele.

Só não sabia como o abordar.

ander.piper

behave yourself 🤍 12992

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behave yourself
🤍 12992

A foto do moreno surgiu perante os meus olhos assim que abri a aplicação. Quis sorrir pelo que pensei naquele momento.

Queria algum pretexto para falar com ele.

Aquela foto veio na altura certa, pois queria ter a conversa com Ander ainda hoje. Estava a dar em maluca por não saber como falar com ele, e a foto foi uma boa ajuda.

ander.piper

Preciso de suprimentos
Podemos reconhecer?

Caminhava em direção ao parque, sabendo que o moreno se encontrava no local.

Ao aproximar-me do muro, percebi que me estava a responder ou a pensar no que dizer. O rapaz parecia muito nervoso, pela forma como o seu pé batucava no chão.

- Se calhar é mais fácil pessoalmente.

Proferi por fim, captando a sua atenção. O seu olhar suavizou de imediato.

Sentei-me perto do moreno, percebendo que a tensão começava a aumentar. Evitei-o durante, mais ou menos, quatro semanas. Ignorei todas as chamadas e mensagens, sentia que estava a odiar-me mais que nunca.

- Desculpa por ter demorado tanto tempo.

O rapaz manteve-se em silêncio, sem mostrar qualquer emoção no seu rosto.

- Foi difícil para mim Ander, precisei de estar sozinha. Só espero que possas compreender. E que não me estejas a odiar.

- Nunca iria conseguir odiar-te. Declarei-me a ti, caso não te lembres. - Senti as suas palavras como facas a atravessar-me. - Nunca senti uma sensação de impotência tão grande. Viraste-me as costas... - Fez uma breve pausa. - Depois de ter dito que te amava

- Eu sei. Não soube como lidar com a situação, o facto de pensarem errado sobre o meu pai e a Danna ter feito o que fez. Senti-me humilhada, só queria isolar-me.

- E como achas que me senti?

Baixei a cabeça, brincando com os meus dedos, nervosa com a sua presença.

- Admiti que te amava. Dei-me a ti. Levei-te a sair e tentei demonstrar todos os dias o quanto eras importante para mim. O quanto te queria e ainda assim... Mentiste-me.

Reparei que se tinha levantado do muro.

- Não me importa o teu passado, importas-me tu e se posso confiar em ti. Percebes Carmo? Só esperei que, sei lá, eu fosse tão importante para ti ao ponto de seres sincera.

- Não te menti. Ele morreu num acidente de carro Ander, só não consegui contar a história por trás. - Defendi-me.

- E acabo por ouvir pela boca da Danna.

- Não sei o que dizer. É um assunto delicado para mim e para a minha família. Nunca mais falamos do assunto, desde o funeral. Era algo pessoal, algo nosso.

- Compreendo Carminho e não te estou a julgar por manteres essas memórias contigo. - O tom de voz parecia menos bruto.

- Desculpa tudo o que te causei.

Ficamos em silêncio, pois havia tanto por dizer dentro de ambos, menos palavras.

Passei as mangas do casaco de malha pelos meus olhos, tentando controlar o que sentia. O Ander apenas se manteve encostado à árvore, a fumar a sua ganza, perdido nos pensamentos, o que era preocupante.

Sem pensar bem no que estava a fazer, acabei por começar a contar-lhe o que aconteceu com o meu pai e porquê o rótulo de assassino. Senti, que ele devia saber.

A meio da conversa, os olhos de Ander ganharam um brilho intenso, enquanto eu já só conseguia chorar imenso.

- Ele não merecia nada disto. Consegues pensar no quão difícil foi para nós?

Balançou a cabeça, negando.

- A minha mãe acusou o próprio marido, mesmo sabendo que era inocente. Uma merda, uma valente merda. - Tentei afastar lágrimas e mais lágrimas da minha cara.

No entanto, senti o Ander a baixar-se perto de mim, com as mãos nas minhas pernas.

(...)

Futura reconciliação?

10k, obrigada 🥺❤️

HIGH  ➛  ANDER MUÑOZOnde histórias criam vida. Descubra agora