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carminho

Novamente sozinha em casa, encontrava-me deitada na espreguiçadeira a bronzear-me. Era o dia mais quente desde que tínhamos chegado a Madrid, Espanha.

Deixei o telemóvel pousado na mesa, onde um repertório de músicas aleatórias portuguesas se faziam ouvir num tom alto.

Cantarolava as letras.

Perguntava-me o porquê de estar com um estado espírito depressivo e só me sentir bem a ouvir músicas ainda mais deprimentes. Parecia que queria aumentar o meu sofrimento, porém, de certa forma, acalmava-me.

Era estranho, mas acreditava que a maior parte da população fazia o mesmo que eu.

carminhof.g

pool day ✨🤍 232

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pool day
🤍 232

Recebi mensagens da Íris e de algumas amigas em Portugal. Como gostava de estar com elas a conversar neste momento.

Sentadas diante da piscina, não havia nada que me soubesse melhor de momento.

Uma outra mensagem captou a minha atenção, sendo essa do Ander. Fiquei um pouco chocada por não esperar. O moreno estava de folga, sem nada para fazer e a apanhar uma seca.

Quando dei por mim, estava a perguntar se queria juntar-se a mim. Pelo menos, podíamos apanhar uma seca juntos.

E não só.

Uns quinze minutos depois, o Tyson começou a ladrar para o portão. Acabei por me levantar. O rapaz usava uma camisola branca e uns calções coloridos de banho. Fez umas festas a Tyson, o que o deixou feliz.

Aquele ar de mimado, fazia-me derreter. Olhar para ele e sorrir, era a minha rotina.

- Folga a meio da semana? Muito bom.

- Mesmo, estava a precisar. Ainda estou todo amassado, só quero ficar deitado. - Murmurou calmo, deitando-se numa das espreguiçadeiras ao pé de mim. - E tu?

- Ainda estou à espera de notícias da faculdade, não percebo bem como funciona aqui.

- Já lá foste, pessoalmente?

- A minha mãe sim. Eles disseram para esperar até à próxima segunda. - Expliquei. - Já estou farta de estar em casa.

Mantive-me em silêncio.

O sol estava quente, apetecia-me mergulhar. O Ander estava calmo, de olhos fechados, apenas a saborear o calor. Dei por mim a observá-lo de uma ponta à outra. Ele era realmente um rapaz bonito, notava-se ainda melhor se exercitava. A sua pele pouco bronzeada.

Apercebi-me que o moreno me estava a olhar, o que me deixou bastante constrangida. Estava tão focada nele, que não percebi que também o rapaz estava focado em mim.

Sem se preocupar, passeou os olhos pelo meu corpo lentamente. Mordisquei os meus lábios e o calor começou a aumentar.

O rapaz sentou-se na espreguiçadeira, com os cotovelos apoiados nas pernas.

- Não sei até que ponto é seguro estar ao pé de ti. - Sussurrou, sem desviar o seu olhar de mim por um segundo.

- Porque dizes isso?

- Vais perceber com o tempo. - Lambeu os lábios, ainda focado em mim. - És tão inocente e tão pura Carminho. Não pertences aqui. Não és como as raparigas de cá.

- E isso é mau?

- Pelo contrário. Elas vão infernizar-te a vida se souberam que estou aqui.

Prendi o lábio nos dentes.

- Foda-se Carminho, não faças isso. - O moreno levantou-se, passou as mãos no rosto e na cabeça. - Estou fodido.

Fiquei surpreendida com o que dizia. Sentei-me também na espreguiçadeira, pois sentia-me bastante exposta aos seus olhos, agora que ele estava de pé, à minha frente.

Esticou a mão na minha direção.

Levei a minha à dele, sentindo os seus dedos entrelaçar nos meus. Deu-me um leve puxão e aproximou-nos um do outro.

Com a mão livre, desviou os cabelos teimosos do meu rosto e mostrou um sorriso leve. Todo ele era um jogo de sedução. E estava a ganhar, sem sequer tentar.

- És perigoso Ander. - Sussurrei, presa no olhar brilhante do moreno.

- Não mais que tu.

Voltei a mordiscar os meus lábios, vendo uma reação totalmente indiscreta da sua parte. Sem avisos, os seus lábios colidiram com os meus de uma forma bruta e desesperada. Quis recuar, o que não foi possível.

Devolvi o beijo com tanta vontade quanto ele, embora sentisse o sangue a fervilhar dentro de mim e o meu coração a explodir.

- De onde é que apareceste? - Sussurrou, com a mão entrelaçada nos meus cabelos.

Encolhi os ombros.

HIGH  ➛  ANDER MUÑOZOnde histórias criam vida. Descubra agora