Tarde demais

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Peguei a chave dele e fui direto para o local onde o carro estava estacionado, Mona me acompanhou e eu não disse uma palavra até sairmos daquela confusão que chamam de festa. Olhando de fora, você pode ver que a festa está muito mais cheia do que parece. Não para de entrar gente, o quintal gigantesco está lotado de gente, a casa falta cuspir as pessoas e quase não conseguimos sair.

- Quando foi que o David Guetta entrou na festa e a gente não percebeu? - Disse ela assim que passamos o portão, demos risada.

- Cara, é inacreditável o pensamento do Harry - digo dobrando minha jaqueta - Não dá pra entender o porque ele acha que eu estou na mão dele, pra ele pensar que pode fazer o que bem entende.

- Ah, você sabe que ele sempre foi assim - disse ela.

- Ah, para Ramona - digo brava - Comigo? Quantas vezes ele cagou pra mim e deu prioridade pra Ashley?!

Ela fica em silêncio, sabe que é uma verdade.

- Acontece aquilo que a sua mãe sempre nos disse: Perder pra dar valor - ela fala dando de ombros - E outra, você é livre, não deveria nem se importar com isso. Faça o que quiser.

- Cara - digo ainda andando ao lado dela - Mona, você tem ideia do que foi aquele beijo? Ele me fez arrepiar, me fez tremer as pernas e ainda pediu pra me beijar. Que cara faz isso hoje em dia?

- Nem o mais cavalheiro, pode apostar - ela diz - Juro que até eu quis um beijo daquele.

- Juro que até eu quero de novo - dou risada.

Andamos até o carro preto de Zayn, destravando o mesmo e jogando minha jaqueta dentro dele.

- Podemos ficar aqui por um instante? - pergunto e ela diz que sim.

Encostamos no carro, travo o mesmo e respiro fundo.

- Temos tanto a resolver, tanta coisa dando certo - digo - é até estranho quando as coisas dão certo assim, né?

- Sim, realmente - ela ri - Mas estou confiante e muito feliz que tá dando certo. Por exemplo, eu fiquei morrendo de medo de sair do serviço e acabar não dando certo, sobrando pra você. Até pensei em pedir pra voltar, sabe?

- Não, nada a ver - disse - você sabe que não tava dando certo e teve razão em não continuar lá. Vai continuar a faculdade, vamos morar na faculdade, ajuntar dinheiro e quando tudo isso acabar, vamos fazer uma bela de uma viagem.

Damos risada.

- Seria meu sonho? - ela ri.

- Vamos conseguir fazer dar certo.

- Já estamos conseguindo isso - ela diz - e outra, falta pouco. Tirando essas palhaçadas da vida, tenho certeza que a produção da vida real tá nos ajudando em tudo isso.

Realmente, as vezes temos a impressão que nossa vida é escrita e trabalhada através de uma produção. Produção essa que prepara momento inacreditáveis para entreter pessoas, chega a ser cômico.

- Mas e ai, o que acha que vai ser dessa história de Harry com ciúme de você? - ela pergunta.

- Eu não acho é nada!

- Não que tenha que achar algo, mas sabe - ela fala - Acho que ele gosta de você, mas não quer se prender e como você sempre esteve ali, ele nunca deu a mínima e acabou vendo que pode te perder, se podemos dizer assim.

- Ele nunca me teve, na verdade.

- Ah, deixa disso - ela diz - você sabe que você sempre gostou dele, só não te deu abertura.

- É, mas você acha que eu vou ficar esperando ele até que dia? A minha vida precisa continuar, a fila anda e a minha não podia ser a única a ficar parada.

Rimos.

- Você acha que o Zayn é um cara legal? - ela pergunta.

- Eu, sendo bem sincera, acho - digo - tipo, ele é uito misterioso e acho que isso é o que mais me atrai nele. Ele é discreto, silencioso, observador e tem aquele toque de mistério - digo - quem não gosta disso?

- Você quase descreve psicopata - disse ela rindo.

- Ai, tá louca? - dou risada - acontece que, Zayn é diferente. Nunca pensei que seria amiga dele, que teria alguma aproximação com ele. Eu não o conheço muito, claro, mas ele me atrai e tem algo nele que me faz querer ter ele por perto, sabe?

- Nossa!

- É, nossa!

- Eu acho ele um bom garoto - disse ela - você pode ficar com ele, ver no que dá. Sem se apegar, se não der certo... Tem o professor Bieber.

Ela fala e dá uma gargalhada alta.

- Pelo amor de Deus, fala baixo - digo rindo e fechando a boca dela pra que ninguém escute o que ela fala - Já pensou alguém ouve a acha que tô mesmo tendo um caso com o professor?

- É brincadeira, né? - Disse ela - eu adoraria ser associada ao professor Bieber.

- Ou o Liam, quem sabe!?

Damos mais risada.

Professor Liam é muito  mais a minha cara, com certeza. Bieber é charmoso, mas não tem nada que me prenda como o mistério de Zayn.

- E amanhã, vamos usar Harry para ir até em casa?

- Gente, o que está acontecendo com você? - dou risada.

- Ah, qual é, você sabe... A gente precisa de ajuda pra chegar até em casa sem precisar pegar um ônibus ou coisa assim - ela fala - é usar. Não queríamos ele na viagem, mas precisamos.

Pensando por esse lado, é verdade.

- E outra, avise a Summer que estarei nesse jantar, com certeza - disse ela.

- E sua mãe? - digo - não vai visitar seus pais?

- Ah, vou dar uma passada por lá, mas você sabe melhor que ninguém que a única coisa que sinto falta de lá, é do meu gato e minha mãe.

Amber não é muito chegada a passar os dias em casa. Seu pai alcoólatra sempre foi agressivo com ela e a mãe. Apesar de ser um pai presente, não entendemos o que houve para que o pai dela virasse o que é hoje, foi uma mudança radical. Todas as vezes que vamos pra casa, ela apenas passa para visitar a mãe, ver seu gato e quando percebe que o pai está em casa, acaba nem entrando na casa.

O relacionamento deles não é muito bom, diversas vezes ela fugiu pra ficar na minha a noite e... Bem, isso conto pra vocês outra hora.

- O fato é, você pode visitar sua mãe e se quiser Summer e eu vamos com você - digo - Podemos dar uma passadinha pra ver como estão as coisas.

- A gente vê - disse ela e bebe um pouco da cerveja que restava na garrafa.

- Certo! - encerro o assunto.

- Então, vamos? - disse ela apontando para a casa.

- Vamos - digo e me certifico que o carro está fechado, a última coisa que quero é que esse carro fique aberto e alguém invente de roubar.

- Cara, essa festa tá demais, né? - disse ela e começamos a caminhar.

- Sim, verdade - digo - é até estranho o X não ter mostrado as caras, mandado mensagem ou coisa do tipo, né?

- Com certeza, chega a ser estranho - ela fala - Mas nem fale dele, vai que ele...

Antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa, ouvimos um estrondo e de repente a luz da casa inteira apaga.

- Tarde demais! - disse assustada e segurando a mão dela para que eu não a perdesse de vista.

O dono da festa - [ZM + 1D + JB + CS]Onde histórias criam vida. Descubra agora