Não me é estranho

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- Uau!

Essa é a única coisa que consigo dizer quando entro no dormitório duplo. Nunca havia reparado que tinha isso atrás do prédio e fico feliz por ser um dos maiores dormitórios, já que vou dormir com a Ramona no mesmo quarto, será necessário um grande mesmo.

Senhor Nelson, o zelador dos dormitórios, abriu para nós assim que disse que seriamos moradoras novas.

Não ha muitas pessoas morando ali, o prédio amarelo é bem bonito por fora e por dentro, a porta de madeira esconde um lugar lindo. Um longo corredor, algumas escadas. Portas e mais portas. O lugar é dividido em dois, direita apenas as meninas e esquerda os rapazes. No meio, o zelador e cuidador da segurança dividindo os quartos. Mas, pelo que me disseram, nunca ficam vigiando.

Senhor Nelson nos levou pelas escadas, passamos pelo corredor e abriu a porta do quarto 17b e lá estávamos. A porta envernizada é muito bonita, lá dentro as paredes em branco. Uma janela grande, havia também espaço para guardar as roupas, um banheiro grande e até um espaço para colocarmos um sofá. Não se compara a um apartamento, mas é definitivamente maior do que esperava.

- Olha só essa vista - digo admirada ao me aproximar da janela imensa - ela é linda, é como sonhei.

Tenho certeza que essa vista irá me inspirar muito e que daqui poderei ver bastante coisa. Haviam árvores, de frente para uma linda paisagem e ao fundo, era possível ver o prédio da universidade. Perfeito!

- Lottie, é incrivelmente lindo - disse Mona impressionada - já me vejo morando aqui.

Ela passei pelo local e o senhor Nelson diz que nos deixará a vontade.

- Precisa de uma pintura, um papel de parede mais moderno, mas é melhor do que nada - disse ela ao parar com a mão na cintura, de frente para a janela.

- Sinceramente, vou adorar passar o dia com vocês ou até fazer uma visitar - disse Amber - já pensaram na quantidade de pessoas que moram aqui? As festas, pessoas e tal... Não podemos perder e agora, não iremos.

- As camas aqui... - disse Mona apontando para os cantos - Aqui ficaria nossa mesa de estudo ou, se você quiser, podemos dividir até isso. Podemos falar com o pessoal de arquitetura pra modificar isso pra gente, vender os móveis velhos e... Quem sabe, tornar nosso dormitório o novo projeto deles.

- Não exagera - digo - as pessoas ficam aqui enquanto estudam!

Ela caminha pelo quarto, como se conseguisse enxergar os móveis ali.

- Aqui ficará nosso sofá, podemos colocar até uma mesinha de centro - falou enquanto Amber e eu damos risada - só esse guarda roupas é muito pequeno pra nós duas.

- Vai mesmo querer trazer todo os móveis? - pergunto.

- Se quiserem, podemos fazer um bazar e vender as coisas no jardim de casa - Amber dá a ideia.

- Não seria má ideia - digo - Se não tiver problema pra você e pro seu...

- Não se atreva - Amber me corta, antes que eu diga irmão.

- Vai ser o melhor bazar de jardim que já inventaram - Mona diz - posso ficar responsável por isso.

- Se quiser, até ajudo com a parte administrativa, pra essa louca não gastar nada e nem vender por um euro - Amber fala rindo.

- Por mim seria incrível - digo.

Deixamos Mona fantasiando sobre as coisas no quarto. Enquanto ela anda pelo quarto vazio, Amber fica de olho na janela e eu, verifico meu celular.

- Sabe que, eu fiquei pensando sobre o que disseram sobre morar aqui - disse Amber - é até legal e sobre trabalhar com o professor, é uma ótima oportunidade. Você pode ajudar eles dessa forma e ainda ser ajudada.

- Obrigada por entender - disse a ela.

Amber ouviu atentamente, pude explicar a ela que eu fui ao jantar com Bieber e que não rolou nada. Que agora, seremos amigos, quem sabe. Mas pude explicar ás minhas amigas e  isso me deixa feliz, porque pelo menos, não seria apenas a versão do idiota e fofoqueiro do Louis.

Olho para o celular, os grupos estão mais tranquilos do que o normal e percebo que mal tenho mensagens. Minha família movimentou nosso grupo com algumas figurinhas, falando a respeito do que jantar e tudo o que diz respeito ao final de semana. Poderei ler tudo depois. Vejo também que não tenho mensagens tão importantes e nada a resolver.

- Gente, venham aqui - disse Amber.

- Que foi? - disse Mona preocupada.

Corremos para a janela.

- Olha só, quem é aquele cara? - Ela aponta para fora, onde havia uma pessoa olhando diretamente para a janela onde estávamos.

Ele nos encarava de forma fixa, não encarava o prédio em si, mas nós três. Era um homem alto, traços bem familiares, seu cabelo preto jogado, seus olhos semicerrados. Ele é muito bonito, 

- Uau, mas o que é isso? - Disse Mona se abanando - será que mora aqui?

- Tem cara de cafajeste - Amber fala.

Algo me vem a cabeça, ele não me é estranho. De onde o conheço?

- Ele não me é estranho - digo ao tentar lembrar da fisionomia dele.

O dono da festa - [ZM + 1D + JB + CS]Onde histórias criam vida. Descubra agora