Tudo nos conformes

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Chegamos ao Evuna Deansgate. Um tanto distante da faculdade, talvez essa fosse uma das preocupações dele, ou apenas porque ele gosta.

Era um lugar muito bonito, tanto por dentro, quanto por fora. A decoração era charmosa, o lugar muito bom para se tomar vinho. Fico impressionada com as paredes rústicas e a decoração aconchegante. Luzes baixas, vinhos por todo canto e gente sorridente. Por falar em gente, haviam muitas pessoas.

Nunca vim aqui e talvez, não viesse por conta própria. Nunca venho pra esse lado da cidade, é bem difícil.

Não tinha fila, talvez porque grande parte das pessoas, sejam estudantes e hoje estão se matando pra estudar para a prova de amanhã.

O bom dele decidir me trazer para o outro lado da cidade, é que meus amigos não aparecerão e eu, poderei conversar com ele sobre a proposta de emprego.

Quando entramos, percebo uma boa movimentação de pessoas e olho para os lados, junto com ele, para vermos se encontramos alguma mesa.

- Por ali, vem - ele diz e pega em minha mão, soltando rapidamente.

Por um segundo, paralisei ao prestar atenção ao que ele fez, mas logo volto a prestar atenção no que ele dizia.

Não haviam nuitas pessoas e nem mesmo dançando ou em pé. Mas tinha uma banda tocando jazz, um som agradável e não muito alto. Um ótimo local para uma boa conversa.

Sentamos próximo ao bar, alguns garçons estavam pelo local. Haviam dois bancos de frente ao bar e foi lá que nos sentamos.

- Uma taça de vinho tinto e um... - ele olha pra mim, para que eu pudesse escolher a bebida.

- Rosé, por favor - disse.

- Muito bem, um rosé para a moça - ele sorri e o garçom sai para preparar as bebidas.

Professor Justin se vira para mim e diz o quanto está feliz por ter aceitado seu convite. Ele dá um sorriso fraco e diz que não sabia se eu gostava de vinhos ou massa, mas que chutou que eu pudesse gostar de algo assim para uma boa conversa.

Eu, claro, adorei. Amo massa e vinho.

- Esse foi o único que eu pensei - disse ele - não sabia se tinha dito algo sobre o restaurante. Mas fico feliz que gostou.

- Eu adorei e você, mesmo com toda a correria, pode ver que escolheu bem - disse a ele.

- Minha vida é uma loucura, você faz ideia do quanto é difícil ser organizado, dar aulas e ainda fazer as coisas que fazem jus a uma vida normal?! - ele fala e damos risada.

- Imagino que não deve ser fácil mesmo - digo e apoio meu rosto na mão.

Eu agradeço, dou risada e então pergunto sobre qual seria a ajuda com a monitoria no trabalho.

- Bom, seria bem simples - diz - preciso de alguém que me ajude com a agenda anual, com atividades, que seja meu braço direito.

Justin explica que precisa da ajuda de alguém para apoiar nas aulas vagas e depois, organizando nas atividades e coisas no campo ou vestuário. Um estágio remunerado e não muito difícil de se cumprir.

- Você não precisaria pagar faculdade, por que diante da faculdade, você seria uma estagiária - ele explica - e ainda poderia ajudar de alguma forma, porque receberia por isso. O trabalho nem é muito pesado, só basta ser organizada e pelo que ele disse, me considera uma pessoa com essa qualidade.

- Bom... Parece interessante - é a única coisa que consigo falar.

- Você não precisaria pagar faculdade, teria um trabalho por meio período e ainda teria tempo suficiente para estudar e outras coisas que quisesse.

O rapaz do bar trás as bebidas e nós agradecemos. Por um momento penso que pode ser burrice da minha parte, beber antes de um dia de prova. Trabalhar para a faculdade, receber e não precisar pagar enquanto estiver nesse emprego. Vai me ajudar muito.

- Certo! - digo e bebo um pouco da bebida - aceito.

- Jura?!

- Sim! - digo - aceito o emprego. Acho que vai me ajudar muito.

- Então, acho que podemos selar o acordo - ele diz e estende a mão para mim.

- Podemos - e dou a mão para ele, seguido de um sorriso.

Dados as mãos, sorrindo um para o outro, penso que agora está tudo tranquilo e que vai dar tudo certo.

De mãos dadas, selando esse acordo, penso que Mona e eu poderíamos encontrar outro lugar menor para morar, até que ela encontre algo para ajudar nas despesas. Mesmo nossos pais ajudando, seria bom sermos um pouco mais independentes.

Agora, acho que, como está tudo certo, posso contar para as meninas sobre o meu novo emprego. Posso pedir demissão da cafeteria, ir visitar meus pais depois das provas - nesse fim de semana - e respirar um pouco, longe de toda essas coisas que vêm acontecendo.

Finalmente, tudo nos conformes.

O dono da festa - [ZM + 1D + JB + CS]Onde histórias criam vida. Descubra agora