— ... O-... Onde... onde eu estou...?
Lentamente, ele abriu os olhos.
Tímidos raios de sol entravam pela grande janela retangular daquele recinto estranho. Era um local extenso longitudinalmente, um quarto composto de extremidades todas de cores claras. Diversas camas estavam dispostas por aquele cômodo, sendo elas camas de armação metálica simples, sem grandes adornos. E os colchões eram claros como todo o restante daquele ambiente. O aroma também era bem peculiar... Os odores de produtos desinfetantes e antissépticos impregnavam o ar daquele local.
Mesmo ainda bem desnorteado, Ragaku Ajairou vagarosamente se desencostou do grande travesseiro branco no qual sua cabeça estava repousando. Observando aquela sala, o confuso garoto tentava raciocinar como ele teria parado ali — ... Hos... pital...? — Ajairou pensou olhando vagarosamente ao redor, reconhecendo os elementos de cunho nosocomial que encontravam-se naquele recinto.
O ambiente estava relativamente bem silencioso... Ragaku conseguia escutar principalmente o canto dos pássaros empoleirados nos galhos da copa do ipê, que erguia-se próximo à janela localizada à esquerda do quarto. O rapaz das duas individualidades também era capaz de notar algumas conversas que rolavam pelas imediações da construção, ajudando à compôr o leve ruído de fundo, juntamente com o barulho de trânsito bem ao longe.
Eram poucas as camas que estavam de fato sendo ocupadas ali no seu quarto... Ragaku conseguiu perceber apenas uns três ou quatro colchões que possuíam alguém repousado sobre. O menino olhou para seu corpo, finalmente percebendo que ele estava usando um avental de finíssimo tecido branco e que seu braço direito estava enfaixado — ... O que... o que aconteceu? — O jovem refletiu, movendo lentamente seu membro. Apesar da caracterização fazendo-o parecer ferido, o seu braço parecia estar totalmente funcional.
— Sente-se bem??
Ajairou olhou na direção da voz que, aparentemente, foi direcionada a sua pessoa. Ainda com uma expressão desconexa, Ragaku percebeu que a responsável pelo chamado era a menina sentada na beira da cama ao seu lado. O rapaz já havia notado de canto de olho que a garota o fitava desde o momento em que ele despertou.
Ragaku Ajairou apenas balançou sua cabeça em confirmação, enquanto analisava a aparência da gentil companheira de enfermaria. Era uma menina relativamente pequena, que continha olhos castanhos de tonalidade bem intensa e muito grandes, e um volumoso longo cabelo liso verde escuro que descia até depois de sua cintura, tendo as pontas das madeixas bagunçando-se na maca em que ela estava sentada.
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Folia na Escuridão
FanfictionA vida de um adolescente com uma cabeça de pássaro... Mesmo que possa parecer algo normal num mundo repleto de individualidades, Fumikage Tokoyami ainda mostra relutância em conviver em sociedade, mesmo durante a perseguição de seus sonhos. Porém, t...