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André's Point of View

Assim que recuámos de volta o areal, sentimos com a brisa havia levantado ao fim da tarde. A água do mar parecia demasiado quente para ser abandonar, por mais que, quando déramos o primeiro mergulho, estivesse gelada.

A Verónica foi a primeira a chegar à tolha, tendo corrido até lá. Eu aproveitei para apreciar a vista um pouco, inconscientemente. Abrandei o passo, encantado com as curvas da morena, sobretudo naquele bikini minúsculo preto, colado ao corpo. Não era o único a reparar, passara a tarde, um pouco incomodado, já que às vezes algum rapaz estava a observá-la, sem que a moça lisboeta se aperceber-se. Ela era tão bonita, sobretudo quando sorria.

Preso nos meus pensamentos, não reparei que a morena já se havia sentado na toalha e se apoderado da minha para colocar à volta das costas por causa do vento. Quando reparei que me observava, aproximei-me e sentei-me ao seu lado, colocando o meu braço sobre os seus ombros.

- Estás com muito frio? – perguntei, preocupado ao notar os seus lábios com um tom arroxeado.

- O normal, não te preocupes – respondeu, afastando umas mexas de cabelo molhado da frente do rosto – Assim que secar, visto-me e já aqueço. Mas, se achas que não entendi que me estavas a olhar para o rabo, estás muito enganado! – semicerrou os olhos, fitando-me, e cruzou os braços.

- Convencida! Não tens como provar isso! – dei-lhe uma pequena pancada no braço e ela riu, encostando a cabeça no meu ombro.

Tínhamos passado a tarde toda na praia, ao sol, a conversar, deitados na toalha. Entre alguns beijos, aproveitáramos para dar uns quantos mergulhos. Também dormira um pouco, enquanto a Verónica aproveitara para ler uns apontamentos para um exame, enquanto se bronzeava.

Peguei na mochila dela e tirei de lá o meu telemóvel. Tinha-o guardado lá, quando fôramos ao mar. Queria ver as horas, para que me certificar que não ficava demasiado tarde para a levar a casa. Não me podia esquecer que ela estava em época de exames.

- Obrigada pela tarde, André! Estava mesmo a precisar de desanuviar! – agradeceu, entretanto. Ainda estava a olhar para o ecrã do smartphone, porque tinha várias mensagens. Só me queria certificar se alguma era importante.

- Ora essa, não tens de... - travei a fala quando os meus olhos pousaram sobre um nome na tela do pequeno aparelho. Bloqueei a tela e voltei a colocá-lo dentro da mala da rapariga. Aquela notificação deixara um pouco apreensivo.

- Está tudo bem, André? – a morena perguntou, atenta às minhas expressões faciais – Pareceste ficar pensativo – e passou, carinhosamente, a mão pelo meu cabelo, despenteando-o ainda mais do que já se encontrava.

- Sim, está! Apenas, estava a pensar... - tentei mudar de tema e puxei a rapariga mais para o pé de mim – A tarde passou bem depressa e não tarda nada tenho de te ir pôr a casa! – disfarcei, beijando-lhe a bochecha. Contudo, era verdade. Não me queria despedir da morena.

- Podemos ver-nos em breve se, por acaso, quiseres ser o meu par no jantar de anos da Margarida! – convidou ela, apanhando-me despercebido. Sorri com a sua proposta.

- E, quando vai ser esse tal jantar? – quis, então, saber.

- Depois dos exames, próxima semana, na sexta-feira. A Margarida faz anos no sábado! – informou – Ah, e já agora – acrescentou – Podes dizer ao Afonso uma coisa?

- Ah, claro? – estranhei a pergunta. Qual seria o recado para o meu irmão? Aliás, desde quando é que eles falavam?

- Ele pediu-me ideias para prendas para a Margarida. Na altura, não me surgiu nada, mas a verdade é que depois, mais tarde, lembrei-me que ela é obcecada por relógios! – a rapariga contou – Podes dizer-lhe, por favor?

Easier • { A.S. André Silva Fanfic }Onde histórias criam vida. Descubra agora