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Verónica's Point of View

Depois de sair à porta do edifício da empresa de consultoria, deparei-me com o carro preto do André estacionado do outro lado da estrada. Sorri e apressei o passo até à passadeira. Quando o sinal finalmente ficou verde, atravessei para o outro lado. O moreno saiu, então, para me cumprimentar.

Era quinta-feira, ao fim do dia. Acabava de sair de mais de um dia de estágio e estava bastante animada por os meus colegas de equipa me terem oferecido uma folga no dia seguinte. Vinha mesmo a calhar, uma vez que teria de ir a Lisboa, no fim de semana. Não me havia recordado antes do aniversário da minha avó e seria de muito mau grado faltar. Além disso, a sexta sem compromissos, poderia aproveitar para estar com o André e seguir para Lisboa a meio da tarde.

- Tenho uma boa notícia! – exclamei, depois de trocarmos um beijo de cumprimento. Coloquei os braços à volta do pescoço dele – Tenho folga amanhã! Podemos passar o dia juntos, antes de apanhar o comboio para Lisboa!

- A sério? – confirmou, animado com a ideia – Bom, vou só ter de mudar a minha sessão de ginásio para o fim da tarde, depois de te deixar na estação. Estava a pensar treinar de manhã, como faço quando vais para o estágio, mas sendo assim altero a minha agenda.

Anui com acenando com a cabeça. Depois de mais um beijo, entrámos no carro. Seguimos para minha casa.

Cruzámo-nos com o Gonçalo que descia com os sacos do lixo para ir deixar no contentor. O André voluntariou-se para ajudar e seguiram os dois até ao fim da rua. Subi, então, sozinha. Entrei em casa e deixei as chaves em cima da mesinha. Ouvi ladrar e o som característico do andar do recente inquilino de quatro patas.

O Pudim apareceu no hall. Baixei-me e dei-lhe umas festinhas, já que se mostrava com vontade de receber mimos. Segui, depois, até à sala, mas logo me arrependi, tendo em conta a cena digna de filme erótico, entre o Bernardo e a Patrícia, com que me deparei.

Girei sobre os pés, dando meia volta, encostando a porta atrás de mim. Felizmente, não tinham reparado que aparecera. Fui para o quarto.

Depois de pousar a mala e me descalçar, abri o meu trólei em cima da cama para começar a arrumar o que precisava de levar para o fim de semana em casa dos meus pais. Não precisava de levar muita coisa. Contudo, sabia perfeitamente que o jantar de aniversário da mãe do meu pai seria formal e com alguns convidados e amigos da família, logo teria de levar algo mais arranjado para a ocasião, já para não falar de outras coisas básicas que levava sempre que ia a casa.

Abri o roupeiro, ponderando que roupa arrumar. Tirei umas calças de ganga normais e uma t-shirt básica para desenrascar. Não tinha muita roupa em Lisboa, mas se precisasse de outra blusa devia ter por lá algo que servisse. De costas para o trólei, decidi lançar um pijama para lá. No entanto, não tivera sucesso na tentativa. A roupa caíra no chão, exatamente por cima do pequeno bulldog, que agora ladrava, debaixo do pijama.

Ri e soltei-o. Meti o pijama na mala e sentei-me no chão. O Pudim aproximou-se. Sorri e fiz o gesto com a mão para que ele desse uma voltinha e ele deu. Por mais reguila que aquela criatura fosse, não deixava de ser uma bolinha de pelo adorável. Bateram, entretanto, à porta do quarto. Era o André.

- Voltei! – declarou, entrando – O que estás a fazer no chão? – questionou, confuso.

- Estávamos a brincar! – respondi, apontando para o cachorrinho. Levantei-me para continuar a arrumar a mala.

- Trouxeste-o para te ajudar? – o moreno perguntou, sentando-se na borda da cama.

- Ele veio ter comigo, mal entrei em casa. Acho que estava com falta de atenção. A propósito, não foste à sala, pois não? – confirmei.

Easier • { A.S. André Silva Fanfic }Onde histórias criam vida. Descubra agora