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Verónica's Point of View

No dia anterior

Entrei em casa, animada. Pousei as chaves na mesinha da entrada e fui até ao quarto, depois de ainda anunciar alto que tinha chegado. No entanto, não parecia estar ninguém. Tinha me despachar a arrumar o quarto e a aspirar, antes do André chegar. Além disso, se ainda tivesse tempo, tencionava fazer um pequeno lanche para nós. Troquei de roupa para algo mais confortável e não demorei para meter mãos à obra.

Tirei os lençóis da cama para colocar uns lavados e levei também as minhas toalhas para lavar. Fui até à pequena lavandaria buscar o aspirador, deparando-me com o pequeno Pudim a dormir uma sesta, serenamente, no seu cestinho. Tentei não o acordar e voltei para o quarto.

Conseguira despachar as limpezas mais depressa do que esperava. Alguns minutos mais tarde, já me encontrava a preparar um lanche para mim e para o moreno que, entretanto, também deveria estar a chegar.

Tinha passado pelo pequeno supermercado ali perto e trazido um bolo de iogurte. Coloquei-o num prato e deixei-o na pequena mesa da sala. Voltei para a cozinha, determinada para fazer um jarro de sumo de laranja.

A certa altura, ouvi o som de patinhas a percorrem o corredor. Com medo do Pudim atacasse o meu bolo chamei-o em alta voz. O pequeno bulldog apareceu, então. Coloquei-lhe, então, uns biscoitos na sua tacinha. Durante uns minutos, estaria entretido a devorá-los.

Terminei o sumo e levei o jarro para a sala, bem como dois copos e alguns guardanapos. Tirei o telemóvel do bolso, verificando as horas. Eram cinco e vinte, ainda. De certeza que o André demoraria a chegar, àquela hora iria apanhar trânsito pelo caminho.

No entanto, nesse momento, a campainha tocou. Fiquei admirada, afinal conseguira chegar mais cedo! Animada, segui apressada até ao hall de entrada. Peguei na chave e destranquei a porta, rapidamente, ansiosa por me atirar para os braços do moreno.

Assim que subi o olhar, o meu sorriso desapareceu. Fiquei de olhos arregalados, completamente estática, com aquela pessoa diante de mim.

- Olá, Verónica – o rapaz loiro murmurou, levantando a mão para me acenar levemente. Como é que tinha coragem de me aparecer à frente?! Recuei um pouco para trás, sem fala, visivelmente afetada por aquela visita inesperada. Não devia estar a ver bem, talvez fosse uma ilusão e a minha imaginação fértil a atraiçoar-me – Posso entrar para falarmos? – pediu, então.

- Como é que te atreves a aparecer-me à frente? – retorqui, ofendida com a sua exigência. Desde quando é que ele tinha o direito de me aparecer em casa, depois de ter terminado comigo quase há três meses?

- Verónica, deixa-me explicar...

- Não quero ouvir nenhuma explicação que tenhas para mim! – interrompi-o – Vai-te embora, Filipe!

- Verónica, por favor, ouve-me! Vamos falar... - insistiu, mais uma vez – Eu fui um idiota!

- Foi agora, três meses depois que chegaste a essa conclusão?! Os meus parabéns! – felicitei o loiro, de braços cruzados. Não estava nada pronta para me reencontrar com ele, sobretudo não queria discutir aquela temática. Precisava que se fosse embora, antes do André chegar. Não queria que se cruzassem.

- Não, não foi só agora! Eu tentei falar contigo antes! – declarou – Deixa-me entrar. Pelo menos, para ficarmos esclarecidos de uma vez por todas.

Fiquei admirada. Por um lado, não estava a espera que o rapaz tivesse tentado contactar-me, depois daquela mensagem fatídica que me enviara. Por outro, também não me admiraria se o tivesse feito por se ter apercebido da porcaria que havia feito.

Easier • { A.S. André Silva Fanfic }Onde histórias criam vida. Descubra agora