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Verónica's Point of View

Os meus olhos não queriam acreditar no que viam. O moreno estava ali, diante de mim, parado a encarar-me, tão confuso quanto eu, dado o nosso encontro inesperado.

- O... que estás aqui a fazer? - perguntei, com alguma dificuldade que a voz saísse firme por ter estado a chorar.

- Eu... vim... com... - murmurou, aproximando-se de mim - Não importa. Mas, já tu... Estás a chorar...

- Nã-não... - gaguejei, limpando rapidamente o que restava das minhas lágrimas - Eu estou bem...

- O que aconteceu? Porque estás aqui sozinha? - perguntou, suavemente. Senti a sua mão tocar a minha, discretamente, e afagá-la. Baixei o olhar, não queria recomeçar a chorar.

O rapaz observava-me com atenção, tentando perceber o que se passava. Fez-me sinal para que nos sentássemos na areia.

Encarei o mar, sentindo as lágrimas regressarem, ameaçando cair a qualquer instante. Fechei os olhos, instintivamente. Porém, no mesmo instante, a sua mão tornou a afagar a minha.

- Tem calma... - pediu suavemente - Eu estou aqui, contigo.

- O... que... estás a fazer em Lisboa? - perguntei baixinho, para me distrair do motivo que ali me trouxera. Além disso, estava bastante curiosa. Era uma tremenda coincidência nos termos cruzado, ali!

- Vim passar o fim de semana com o meu irmão – explicou. Deveria estar a aproveitar para matar as saudades da família, já que passava imenso tempo longe - E tu... O que fazes por aqui, sozinha?

- Eu vim a casa este fim de semana... - contei, fungando, abraçando os meus joelhos contra o peito – Mas, mais valia ter ficado quieta! Discuti com o meu pai... - baixei o olhar, triste e suspirei.

- Queres desabafar sobre isso? – perguntou, procurando os meus olhos. Com aquele profundo olhar negro, senti-me mais calma. Apercebi-me de que ele estava ali para mim, notava que se preocupava.

- É tanta pressão – deixei escapar um soluço, estremecendo - Eles não me dão espaço... Lembras de te dizer que não sabia que mestrado escolher? – confirmei, então, para lhe contar o que se sucedera.

- Sim... - anuiu - Não queres tirar o curso que o teu pai quer que tires? Foi por isso que discutiram? - calculou.

- Eu não sei o que quero tirar. Mas, algo relacionado com direito, não é de certeza! Eu não quero trabalhar no escritório de advogados, do meu avô e do meu pai, e eles não entendem!

- A discussão... foi... muita feia? - quis saber, aproximando-se mais um pouco de mim.

- Saí disparada a meio do almoço. Nem cheguei a tocar na comida. Peguei no carro e vim até aqui - contei, desanimada, recordando o meu pai aos berros comigo, com um semblante furioso e desapontado.

- Anda! - o André levantou-se e pegou a minha mão, puxando-me consigo - Vamos comer algo, enquanto me falas sobre isso. Não quero que fiques mal disposta...

- Eu estou bem, não te preocupes - defendi, seguindo a seu lado - Só com um pouco de fome! - confessei.

- Então, vais comer algo! Eu já almocei mas faço-te companhia! Peço um café ou assim! - completou.

O André levou-me até a um dos bares de praia e obrigou-me a escolher uma refeição decente - um hambúrguer gigantes, só porque eu queria pedir uma salada. Ele pediu um sumo ao empregado, antes deste se retirar.

Nesse momento, o telemóvel do André começou a vibrar sobre a mesa.

- É o meu irmão. Importas-te que atenda? - perguntou.

Easier • { A.S. André Silva Fanfic }Onde histórias criam vida. Descubra agora