Easier • { A.S. André Silva Fanfic }

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André's Point of View

Era a última mala que carregava para o carro. Tinha arrumado os meus pertences que estavam em casa do Afonso e que queria levar comigo para Frankfurt, com alguma antecedência, para que pudesse passar os meus últimos dias em Portugal em casa dos meus pais.

Ainda era difícil de acreditar que, depois de tanto tempo parado, estaria de volta ao ativo dali a alguns dias. Era uma nova experiência, uma nova equipa da qual iria fazer parte, o que me deixava um pouco nervoso. A passagem pelo AC Milan trouxera-me algumas inseguranças, só esperava que, desta vez, as coisas fossem diferentes.

- Já levaste a tralha toda? – confirmou o meu irmão, assim que me viu entrar em casa e fechar a porta da entrada.

- Já, sim. O que ficou aí não vou levar para lá – respondi, indo-me sentar ao seu lado no sofá.

- Estás nervoso? – o Afonso perguntou, depois, entregando-me o comando da playstation para jogar com ele.

- Um bocado! Sobretudo, porque vou ter de aprender a falar alemão! Entretanto, espero conseguir desenrascar-me com o pouco inglês que sei.

- Vais adaptar-te depressa! – tentava motivar-me.

- É, eu sei – suspirei.

Por mais que me pudesse sentir ansioso por regressar aos relvados, havia algo que tornava a minha partida agridoce. Não conseguia parar de pensar na Verónica. Desde que nos afastáramos e ela assumira que deveríamos ficar apenas amigos, que perdera a esperança de virmos a ficar juntos, por mais que admitisse o quanto gostava dela.

- Estás a pensar na Verónica? – o meu irmão pareceu ler-me os pensamentos – Mano, acho que devias falar com ela. Pelo menos, devias despedir-te!

- Não sei, Afonso. Não sei se sou capaz... - encolhi os ombros – Não sei se é preferível não dizer nada e apenas assumir que já não somos o que éramos.

- Ela gosta de ti, só precisa que insistas mais um pouco!

- Não é bem assim. Ela garantiu-me que ficaríamos só amigos. A questão é que... – a imagem do nosso quase-beijo na outra manhã não me saía da cabeça – eu gosto dela, mas quero respeitar as suas escolhas.

- Tu lá sabes! Mas, se eu fosse a ti, ia ter com ela! Vais embora daqui a dois dias, André! Depois, só deves voltar daqui a uns meses. Não quero que te venhas a arrepender de não ter ido vê-la!

Encolhi os ombros, sem dar resposta. Aquele tema era me bastante sensível e complexo. Não sabia mesmo qual a melhor decisão a ser tomada.

Ao fim do dia, eu e o Afonso tomámos caminho até casa dos meus pais, onde tencionávamos passar o fim de semana, antes da minha viagem. Assim que chegámos, distingui um aroma agradável na cozinha, onde vim a encontrar a minha mãe a preparar uma das suas iguarias que mais me saciava.

Depois da refeição, fiquei na cozinha a ajudá-la com a loiça, enquanto o meu Afonso e o meu pai conversavam na sala sobre temáticas aleatórias.

- Estavas muito calado ao jantar, querido – a minha mãe comentou, a certa altura – O que se passa? É da viagem? Vai correr tudo bem na nova equipa, vais ver. Tens de ser positivo!

- Eu sei! Obrigada, mãe – respondi, enquanto limpava a loiça para a arrumar – Acho que são só alguns nervos!

- Hm... - vocalizou. Alguns segundos depois, acrescentou – São saudades antecipadas do Porto?

- Do Porto? Só se for tuas e da tua comida caseira! – fui abraçar a minha progenitora, que riu com a minha afirmação. Terminámos o nosso abraço para continuar a tarefa de lavar e secar pratos, copos e talheres.