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Verónica's Point of View

Depois de um bastante saudável almoço, comprado do Mc Donald's, composto por dois hambúrgueres e duas valentes doses de batatas fritas, eu e o André viemos sentar-nos num dos vários bancos de jardim, espalhados pelo espaço verde, junto do Mosteiro dos Jerónimos.

Almoçámos tranquilamente, alienando-nos de quase tudo à nossa volta, devido às nossas conversas. Era preciso apenas ter atenção às gaivotas que, ali perto, permaneciam na esperança de uma batata a elas atirada. No entanto, nenhum dos dois estávamos com vontade de abdicar de parte da nossa refeição, tudo menos saudável e equilibrada.

- O que queres fazer a seguir? Vamos ao tal jardim, então? – quis confirmar o moreno, a certa altura, depois de um gole de coca-cola.

- Como quiseres! – encolhi os ombros, antes de dar mais uma dentada no hambúrguer que segurava.

Nesse mesmo momento, passou à nossa frente um indivíduo que conduzia uma daquelas caricatas trotinetes elétricas, que ultimamente invadiam a capital. Era notório que aquele meio de transporte se havia tornado uma moda para deslocações rápidas.

- Que tal irmos experimentar?! – o André perguntou, poucos segundos depois. Encarei-o, admirada, com tal proposta – Era capaz de ser engraçado! Vou procurar a aplicação para instalar no telemóvel! – retirou, então, o aparelho do bolso, depois de passar as mãos por um guardanapo – Assim, podemos alugar!

Apesar de pouco convencida com a ideia, deixei-o descarregar a aplicação para o smartphone. Concentrei-me em terminar o meu almoço, não fosse qualquer pássaro se aperceber das batatas fritas desprotegidas.

Levámos todo o lixo para o contentor mais próximo, alguns minutos depois. De nariz enfiado no telemóvel, o futebolista procurava no mapa a localização mais próxima daqueles veículos elétricos.

- Está uma trotinete estacionada junto à fonte, naquele lado! – indicou, apontando.

- Mas, é só uma? – confirmei, enquanto para lá nos dirigíamos.

- Acho que sim! Olha, está ali! – exclamou, acelerando o passo. Parámos juntos da trotinete – Anda, vamos juntos!

- O quê!? Estás doido, André!? Os dois na mesma trotinete!? – reclamei, indignada com a sua sugestão. Já nos previa a cair de cima daquela engenhoca que, efetivamente, não fora feita para dois passageiros.

- Confias em mim, não confias? – abraçou-me pela cintura, abanando-me na brincadeira. Fiquei um pouco constrangida com o seu gesto – Vá, anda, Verónica!

- Hm, ok ok! – revirei os olhos, acabando por ceder ao seu pedido.

Animado por eu ter concordado, o moço do norte subiu para a trotinete, tentando compreender como se ligava, acelerava e travava. Assim que me deu permissão, subi para trás dele, segurando-me à sua cintura com força.

O André arrancou, então. Os primeiros instantes foram cruciais para que me apercebesse que, afinal, não era tão assustador como pensava. Ele falava-me de como ia comprar uma "coisa daquelas" e que não voltaria a andar a pé. Eu ria, perdida, com os seus argumentos aparvalhados, completamente envolta na felicidade que ouvir as suas gargalhadas me trazia.

Parámos junto da Torre de Belém e o André deu-me a vez para que também pudesse experimentar conduzir a trotinete. Arranquei pelos caminhos do parque, enquanto o André me observava, ainda do local de onde partira. Assim que parei a seu lado, desci do veículo.

Easier • { A.S. André Silva Fanfic }Onde histórias criam vida. Descubra agora