Easier • { A.S. André Silva Fanfic }

*19*

Verónica's Point of View

Acabava de chegar ao pátio da faculdade. Estava cheio de pessoas, alunos finalistas e familiares, professores e diretores importantes. Era a cerimónia da bênção das fitas para comemorar o fim da licenciatura.

Estava um pouco nervosa, talvez porque os sapatos eram desconfortáveis e a saia do traje académico ser um pouco chata de usar. Ou talvez por saber que aquela cerimónia significa o fim de uma etapa e que, dali para frente, o meu futuro ainda permanecia uma incógnita.

Os meus pais e os meus avós tinham vindo ao Porto para a cerimónia. Estavam comigo, bem como a Margarida e os meus restantes colegas de casa, uma vez que os tinha convidado a todos.

- Tens de ajeitar a capa, Verónica! - a minha mãe não me largava. Queria eu estivesse impecável, ao menos parecia verdadeiramente feliz por estar ali. Ao contrário dela, o meu pai permanecia mais calado, uma vez que entre nós ainda estava um ambiente tenso por causa da nossa discussão semanas antes.

Estavam algumas colegas do meu curso comigo, também. Estávamos a ver as capas com as fitas de cada uma.

- Tens um espaço em branco entre essas duas fitas, Verónica! - uma das minhas colegas apontou.

- Descolou-se? Perdeste-a? - a Margarida perguntou, preocupada.

-Não, nada disso! - respondo sorrindo e puxo a Margarida um pouco mais à parte. - Na verdade... estava a guardar aquele espaço para a fita do André... - Explico baixando o olhar para o espaço vazio na capa. - Ele não chegou a dar-ma.

- Deste uma fita ao André!? Ai, que fofos! Cá para mim, ele ainda aparece aí - ela goza.

- Não, não! Estás doida!? Ele nunca ia aparecer aqui! Podiam reconhecê-lo e aliás ele nem sabe onde é a cerimónia ou quando começava.

- Quem é que não sabia da cerimónia? - a Patrícia e as minhas colegas olham-nos curiosas.

- Ninguém! - respondo, rápido, atrapalhada.

- Ah, aqui está a quase economista! - o Bernardo e o Gonçalo vieram abraçar-me.

- Muito orgulho em ti, oh lisboeta! - o Bernardo exclamou, fazendo-me rir - Vê lá se não nos trocas, agora, por Lisboa!

- Duvido que ela vá! A Verónica gosta dos ares do Porto - o Gonçalo comentou e eu tinha a certeza que ele estava a meter-se comigo, por causa do André. Ultimamente, andava sempre com boquinhas quando se lembrava de me chatear.

Nesse momento, a Margarida tirou o telemóvel do bolso. Parecia ter recebido uma mensagem, uma vez que sorria para o ecrã.

- Verónica, vens ali comigo? - ela pediu-me, depois, guardando o telefone.

- Sim, claro! - respondi. – Mas, está tudo bem? – questionei, curiosa.

- Está, sim! Mas, vem comigo - agarrou-me, então, no braço e puxou-me consigo.

Afastámo-nos em direção à parte de trás do edifício que dava para os campos desportivos da faculdade.

- Margarida, onde vamos? A cerimónia ainda começa e eu não estou lá! - reclamei, sem saber o que ela queria.

- Não sejas chata! – bufou, continuando a andar - Anda e cala-te! Tenho uma coisa para te mostrar! – informou, num tom de voz decidido.

- Marg...

Ia relembrar à minha amiga a cerimónia, mais uma vez, mas perdi a voz, quando vi a pessoa, que ocupava a minha cabeça, nas últimas horas e nos últimos dias.