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Verónica's Point of View

- Tu tens medo de o perder, não é? – perguntou a Eduarda - Por ele jogar no estrangeiro? Porque é que és incapaz de acreditar que podem ficar juntos, apesar da distância?

- Nunca foi coisa que acreditasse muito. Sempre tive as pessoas tão perto de mim – desabafei.

- Ele também está perto de ti e, pelo que noto, tem intenção de estar sempre contigo, mesmo que longe! Vocês parecem tão felizes juntos!

- Também pensava assim, até que à mínima coisa ele fugiu...

- Se calhar, ele também é inseguro, como tu. Mas, nunca te o quis mostrar! Eles querem mostrar-se sempre firmes e pouco vulneráveis. O Gonçalo é igual! - acabou por referir-se ao namorado.

- O Gonçalo é um menino de ouro! Sempre foi uma pequena flor de estufa escondida! – opinei, rindo-me um pouco.

Continuámos a conversar, até que o Gonçalo se veio sentar connosco. Logo atrás, vinha o Bernardo, com um sorriso bêbedo.

- Hey, economistaaa! Posso pagar-te um shotzinho?! Estás com cara de quem ainda não aproveitou muito a noite!

Aceitei a oferta e deixei-me levar pelas loucuras que propunha. Cada uma mais descabida que a outra, mas todas valiam a pena, apenas pela diversão que proporcionavam. No entanto, enquanto eu apenas me sentia um pouco mais desperta e sociável, o aniversariante já começava a chegar a um limite de bebida por uma noite.

- Bernardo, estás bem, puto? - o Gonçalo confirmou, notando a cara que o colega de quarto fazia, depois de mais um golo de cerveja.

O meu palpite é que não faltava muito para estarmos à porta do bar, a emparar o Bernardo e a ter de parar em todas as estações e piadeiros para ele vomitar. Além disso, eu continuava a beber, como se o meu limite não estivesse perto. Digamos que, por essa altura, ja não tinha a certeza do que fazia.

- Malta, eu e o Afonso vamos andando! - a Margarida apareceu, entretanto, trazendo o namorado atrás.

- Acho que o Bernardo também devia ir! - o Afonso afirmou.

- Ainda estamos ótimos! – contestei, tomando mais um golo da minha vodka cola.

- Mais ou menos! - o Gonçalo corrigiu, enquanto amparava o rapaz embriagado - Acho que devíamos ir todos para casa!

- Ah, não sejas desmancha-prazeres! - a Patrícia resmungou, também.

Contudo, o Bernardo parecia cada vez mais desorientado e desequilibrado, pedindo logo a seguir para ir lá fora apanhar ar. Bem me parecia que aquela seria a minha última bebida da noite!

Bebi de uma vez o restante no copo e segui os meus amigos até ao exterior do bar. E não é que fora dito e feito? O Bernardo não aguentara nem cinco segundo, para além da porta, para que o seu corpo rejeitasse todo o álcool. Também não me sentia completamente sã. O meu estômago de certeza que desaprovava as minhas misturas de bebida.

- Como vamos levá-lo? Viemos todos a pé! – a Margarida recordou.

- Eu vim de carro! - uma voz rouca soou atrás de mim, no mesmo instante, fazendo-me dar um pulo. Virei-me, deparando-me com o André. Seria ele mesmo, uma ilusão por a bebida me ter caído mal?

- Eu posso levar o Bernardo, no carro – disponibilizou-se. Depois, virou-se para mim - Queres boleia? Estás bem? Pareces estar um pouco pálida, Verónica.

Os meus pensamentos sobrepunham-se, deixava de ouvir com clareza o que cada um dizia. Parecia fim do mundo a acontecer à minha volta até que, de repente, um estalar de dedos à minha frente despertou-me. Agora, ouvia o Gonçalo a falar.

Easier • { A.S. André Silva Fanfic }Onde histórias criam vida. Descubra agora