Easier • { A.S. André Silva Fanfic }

*35*

Verónica's Point of View

Olho pela janela da cozinha, reparando como lá fora parecia estar imenso calor, apesar de já não tardar muito para serem seis da tarde. Dali a pouco tempo, deveria ir arranjar-me para o jantar, uma vez que os convidados não tardariam a chegar. No entanto, primeiro ia terminar de lavar a loiça.

- Menina Verónica, já disse que não preciso de ajuda! – a simpática governanta voltou a insistir comigo. Ignorei. Qual era o mal de estar ali? Sabia perfeitamente que estava stressada com a confeção da refeição para mais tarde. A minha mãe também estava na cozinha, logo o aborrecimento da dona Regina, provavelmente, estaria relacionado com o facto de estarmos a apoderar-nos do seu território, quando ela gostava de fazer tudo sozinha.

- Regina, tem muito trabalho! Deixe-nos facilitar-lhe hoje as tarefas, por favor – a minha progenitora pediu, ao vê-la reclamar comigo.

- São bondosas demais comigo, dona Cláudia – insistiu – Vou terminar de colocar a mesa – e saiu, em direção à sala de jantar.

Entretanto, coloquei a tua tigela lavada sobre o escorredor. Limpei as mãos ao pano sobre a bancada, e virei-me, preparando-me para sair da cozinha e subir para o quarto.

- Verónica – a minha mãe chamou, fazendo-me travar o passo, quando ia já em passo decidido para o corredor.

- Sim, mãe? – perguntei, voltando para ao pé de si, que terminava de polvilhar com canela as tacinhas de arroz doce.

- Não tens nada para me contar? – perguntou, continuando concentrada na sua tarefa. Fiquei surpresa com a questão. Não sabia ao que se estava a referir. Talvez, por saber que se teria de especificar, acrescentou – Ontem, vinha a descer a rua, quando te vi entrar... - suspirei alto, revirando os olhos, prevendo onde aquela conversa iria terminar – Ou melhor, estavas a despedir-te de alguém...

- Mãe, eu posso explicar... - tentei intervir.

- Quem é aquele rapaz, afinal, Verónica?! – encarou-me seriamente – Não é apenas um amigo, pois não? Aliás, ele nem tem um trabalho comum, pois não? – fiquei mais nervosa com a sua última constatação. Como é que a minha progenitora descobrira quem ele era!?

- O André e futebolista, não é? Aquele que joga na seleção? – quis confirmar – O que está a minha filha a fazer com um jogador de futebol!?

- Mãe, lá por ser futebolista, ele é um rapaz normal! – retorqui, cruzando os braços – Como descobriste? Tu não vês futebol.

- Foi o teu primo! Acho que meteste uma fotografia com o rapaz e o Rafael percebeu de quem se tratava. Veio contar-me, para ver se eu te metia algum juízo nessa cabeça! – voltei a revirar os olhos. O primo era tão intrometido. Quando chegasse, ele ia ouvir! - Verónica, ele no é rapaz para ti, filha! Não estavas com outro rapaz há uns meses? O que aconteceu? É que não compreendo como é que andas envolvida com um jogador de futebol!

- O outro rapaz acabou tudo comigo, okay?! – expliquei rapidamente, chateada – Eu conheci o André por acaso, tornámo-nos amigos e, sim... é possível que estejamos juntos – anui, levemente com a cabeça.

- O rapaz veio de propósito do Porto para te vir trazer e voltou de novo para lá? – confirmou confusa.

- Sim, mãe, ele fez questão. Eu não queria, mas... Não importa! Mãe, por favor, não te preocupes, sim? – pedi, desesperada para terminar aquela conversa constrangedora.

- Verónica, ele é um rapaz com dinheiro... provavelmente, está contigo só para...

- A sério, mãe?! É disso que me queres avisar? – estava a ficar ofendida com o que ela sugeria – Achas que ele só está comigo por diversão?