CAPÍTULO 62

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- Olá, dona Ellen! Bom ver a senhora de volta aqui. - Disse uma das enfermeiras com um sorriso no rosto. - Claro que, infelizmente, não é por um bom motivo, mas adoro vê-la por aqui.

Minha tia sorriu e abraçou a mulher. Ela apresentou minha mãe à ela e as três ficaram um bom tempo conversando ali, enquanto nós quatro fomos até onde minha avó estava.

- Papai, compra um milkshake pra mim? - Henry pediu ao pai.

- Mais tarde sim, filho!

- Está bem. Mas eu preciso ir no banheiro.

- Não foi antes de sair de casa, não é mesmo mocinho? - Tio Henrico perguntou arqueando uma sobrancelha.

- Não.. - Respondeu Henry com um certo receio. - Me leva no banheiro?

- Sim. - Ele se virou para mim e Lucas que estávamos atrás deles. - Este é o quarto dela - paramos em frente à um quarto com o número 307 na porta -, façam companhia à ela. Tenho certeza que ela vai adorar ver você, Lara. Eu já volto.

Eu apenas assenti. O medo estava tomando conta de mim e eu não estava preparada para isso. Mesmo assim, andei até mais perto da porta e toquei a maçaneta, mas não a abri.

Me virei para Lucas e uma lágrima insistente saiu do meu olho.

- Eu não sei se consigo. - Falei e quando vi mais algumas lágrimas escorriam pelo meu rosto, enquanto ele estava me abraçando. Sorte mesmo é que eu passei rímel só nos cílios de cima e que ele era à prova d'água.

- Você consegue! Qualquer coisa, eu estou aqui. Eu prometo!

Nos afastamos e ele sorriu. Lucas limpou minhas lágrimas e eu me recompus. Virei para a porta e abri a mesma sem pensar muito.

E lá estava ela. Arrumada, como sempre, usando sua aliança e seu colar com uma pequena pedra brilhante. Coberta por uma roupa de hospital e uma coberta meio grossa, ela se deitou de frente e me viu parada na porta.

- Oi, vó. - Falei quase sem conseguir.

- Lara!! - Emília abriu um sorriso enorme e abriu os braços. Corri para eles como se dependesse deles e comecei a chorar baixo. - Eu estava com tantas saudades da minha pequena Lara! - Ela avisava meus cabelos.

- Eu também.. também estava vó. - Falei entre soluços.

Ela me deu um empurrãozinho para nos afastamos do abraço e acariciou meu rosto.

- Está chorando por que? Eu estou bem meu amor, foi só um susto.

- Só um susto? Vó, isso não é brincadeira. Não é só um susto. - Falei séria. - Eu me preocupo com a senhora, eu nunca seria forte o suficiente para aguentar outra morte na família.

- Eu sei meu bem, eu sei. Mas olha só, não é grave. Eles né deixam até passear pelo hospital às vezes. Até fiz uma amiga! - Emília exclamou feliz. Ela parecia feliz, mas cansada. - O nome dela é Josefina, ela é um amor de pessoa! Tenho certeza de que ela adoraria conhecer você e seu namorado. - Por um instante, esqueci que Lucas estava ali e arregalei os olhos. - Não vai apresentá-lo à sua amada avó?

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