CAPÍTULO 65

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- Diz, Lara. - Ele sussurrou mais perto de meu ouvido e eu me arrepiei inteira.

- Sobre tudo! - Falei rápido e olhei pro chão.

- Hum.

- É só isso que vai dizer? - Olhei pra ele novamente e ele me assustou.

Como? Simples. Depositou um breve selinho nos meus lábios. Eu devo estar mais vermelha do que uma pimenta agora e de olhos arregalados.

- O que foi isso? - Perguntei ainda incrédula.

- Hum.. - Ele deu uma olhada pra cima e depois voltou a me olhar. - Um beijo. - Falou como se fosse óbvio.

- Mas já conversamos sobre isso! - Olhei para o lado. - Não podemos fazer isso!!

Endireitei meu corpo e virei de costas pra ele. Olhando para o chão deixei um suspiro escapar.

- Fala sério! Você quer tanto quanto eu. - Sussurros e mais arrepios. Lucas aproveitou a oportunidade pra deixar um beijo no meu pescoço.

Ele estava completamente certo. Eu queria isso. Meu corpo implorava por ele. Eu queria ele.

- Lucas.. - Sussurrei seu nome enquanto ele depositava mais alguns beijos no meu pescoço me deixando completamente sem ar. - Você sabe que não podemos.. Isso é errado.

- Por que errado? O que estamos fazendo de tão errado? - Ele pareceu ficar um pouco aborrecido, mas continuava me beijando e me deixando ofegar.

Virei de frente pra ele e o observei. Aqueles olhos azuis intensos que tanto me faziam sonhar, aquela boca rosada molhada que meus lábios imploravam. Eu, de alguma forma, precisava dele.

E é estranho porque eu nunca fui assim. Nunca me "rendi" totalmente à um menino, nunca pensei que um dia precisaria de meninos. Não sou completamente feminista, mas, mulher nenhuma precisa de homem pra viver.

Com seus braços em minha cintura, Lucas me puxou mais pra perto dele. Coloquei meus braços ao redor do seu pescoço e olhei no fundo de seus olhos.

Em um rápido movimento, encostei seus lábios nos meus. Eu já estava apaixonada, então o que custa eu aproveitar um pouco?

O beijo foi calmo e diferente daqueles que já tivemos. Aquele beijo tinha alguns significados pra mim, por exemplo, o fato dele estar sempre ali pra quando eu precisar. Ou eu estava ficando louça de vez.

Nos separamos à procura de ar e ele encostou sua testa na minha. Estávamos ofegantes e ambos sorrindo. Baixei mais minha cabeça e abracei-o. Meus braços agora rodeavam seu tronco e meu rosto estava apoiado no seu peito.

- Eu te amo, tá bom? - Lucas falou calmo e baixo.

- Eu também te amo. Muito. - Falei por fim.

Me afastei dele, que deixou um beijo na minha testa e comecei a caminhar até o quarto da minha avó. Virei para trás e vi que Lucas ainda estava parado lá.

- Você não vem? - Perguntei.

- Vou ir no banheiro primeiro. - Ele sorriu gentil e eu retribuí.

Voltei meu caminho para o quarto e entrei no mesmo despercebida, com exceção da minha vó que deu um grito quando me viu.

- Aí está ela!! - Sorriu. - Estávamos mesmo falando de você!

- Estavam? - Perguntei desacreditada.

- Sim, querida. Estávamos. - Minha mãe falou. - Mas era em relação à escola.

- Hum. - Me sentei na poltrona que tinha no quarto.

- É bom saber que a Alice tem amigas inteligentes como você, Lara. - Jack disse. - Fico feliz em saber disso. - Sorriu.

- Espera! Quem é Alice? - Emília perguntou.

- Minha melhor amiga e minha colega.

- Ah, entendi!!

Lucas chegou do banheiro e nossos olhares se cruzaram. Por um instante me perguntei o que ele foi fazer exatamente quando apareceu onde eu estava. Mas decidi não falar nada.

[...]

Após muita fofoca, conversa, fofoca, risada, fofoca e fotos, nós decidimos ir pra casa. Hoje mesmo, nós iríamos embora de avião, já que Jack comprou passagens para nós quatro.

- Tchau, dona Emília! - Exclamou minha mãe feliz, mas com um pouco de preocupação na voz. - Vou sentir saudades desse entusiasmo todo.

Minha avó que agora estava em pé ao lado da cama onde eu estava deitada até agora há pouco, abraçou minha mãe apertado.

- Prometo que viremos semana que vem novamente.

- Não precisa ser semana que vem, mulher! Senti saudades mas não foram tantas assim! - Ela respondeu gargalhando. Era tão bom ouvir aquela risada!!

Lucas estava de mãos dadas comigo. Por mais que eu saiba que minha vó está bem, nunca custa só se preocupar um pouco.

Olhei pra ele e ele estava olhando pra mim sorrindo. Era um sorriso sincero e verdadeiro. Eu amo esses sorriso simples e contagiantes que ele me dava. Tinha a sensação de estar tudo bem.

Jackson, Henrico, Henry, eu e Lucas nós despedimos dela e da minha tia depois da minha mãe.

Antes de sair do quarto dela, ela falou bem alto e em bom som "fala logo pra ele!" E eu Revirei os olhos mas sorri e concordei com a cabeça.

Pegamos caminho até a casa dos meus tios para podermos pegar nossas malas e colocarmos no carro da minha mãe.

Nos despedimos de Henry e Henrico e pegamos o caminho até o aeroporto.

- Jackson, meu carro, vai onde? - Emma perguntou curiosa.

- Não se preocupe, querida. - Ele pôs a mão na coxa dela e eu notei que minha mãe segurou um sorriso. - Levaremos ele no avião da empresa, aquele que usei para vir pra cá.

- Ah sim! - Ela disse ainda prestando atenção na estrada.

- Coloca uma música, mãe.

- Liga o rádio por favor, Jack.

Ok. Eu não deveria criar tantas expectativas, mas ouvir ela dizer isso me deixou um sorriso bobo no rosto. Esses dois combinam muito! E eu estou tão feliz por ela, feliz mesmo.

No rádio tocava Evapora, da brasileira IZA, Ciara e Major Lazer. Eu não gosto muito da Ciara, mas gosto dessa música por causa do ritmo e porque ela contagia.

E o caminho até o aeroporto foi divertido. Bastante conversa, música e risada. E comida também, porque eu sou eu.

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