CAPÍTULO 61

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- Não deu ainda, Lara?? - Emma entrou no quarto em que eu estava terminando de me arrumar para ir ao hospital ver minha avó. - Não precisa se arrumar, não vamos à uma festa!

- Não me diga, mãe! - Revirei os olhos. - Eu só vou passar o rímel e já tô descendo, fica tranquila.

Ela saiu do quarto irada comigo. Eu demorei um tempo pra sair da cama pela manhã e fiquei brincando com o Henry depois, então é, me atrasei para me arrumar.

Terminei de passar o rímel e me olhei no espelho. Eu não estava arrumada como alguém que vai à alguma festa, estava no mínimo arrumadinha.

Eu estava usando uma calça jeans preta rasgada apenas nos joelhos, meu Vizzano rosa claro e uma blusinha também rosa. Estava levando apenas o celular e uma bala de menta.

Lucas iria junto, iria finalmente conhecer minha avó que tanto quer saber dos "meus namoradinhos", sendo que não tenho nenhum.

- E cadê o senhor Brooks? - Perguntei antes de entrar no carro.

- Foi resolver algumas coisas relacionadas à empresa. - Minha mãe respondeu.

- Ah bom.

Entramos no carro do meu tio, que tinha sete lugares por isso cabia todo mundo, e pegamos caminho. Eu e Lucas nos sentamos atrás e estávamos quietos ouvindo a conversa da minha mãe com meus tios. Mas eu não estava prestando atenção. Minha atenção estava na minha avó. Não sei se estou preparada para vê-la doente.

Lucas parece que viu que eu estava nervosa e aérea, e pegou minha mão. Olhei para aquele gesto e ele entrelaçou nossas mãos. Sorri com aquilo e olhei pra ele. Um sorriso confortante e encorajador se formou em seu rosto e eu, de certa forma, me acalmei.

- Não se preocupa, ela está bem. - Murmurou ele em tom de voz baixo pra ninguém da frente ouvir.

- Tomara que sim! - Apertei mais sua mão à minha e virei meu rosto pra janela.

Aquele simples toque fez sim meu coração acelerar, mas de imediato, eu ignorei. Mas já era algo que eu não conseguia mais ignorar completamente.

O fato de tê-lo perto de mim me dava uma sensação tão boa, me acalmava e eu só queria mais dele. Mais tempo com ele. Mais momentos assim com ele. E mais beijos dele. É; eu queria isso.

Mas de certa forma é estranho, não é? Olha, somos muito diferentes em certos aspectos. Ele curte festas, bebida, pegação e com certeza não quer viver um romance agora. Já eu, eu gosto de livros, séries, filmes e café. Não que eu não goste de festas, mas eu prefiro isso. E eu gostaria de viver um romance agora. No início da vida adulta aprender a ter um romance estável e apaixonado é tudo que eu mais quero. Depois, claro, de me formar.

Gostar dele significa cilada. Estar perdidamente apaixonada por ele, aí é o fim. Tudo bem que ele é bastante romântico, mas depois de todos os "romancezinhos" dele, eu duvido que ele queira algo sério com alguém.

Vou ignorar isso até onde eu aguentar. O que não vai ser durante muito tempo.

Meu Melhor AmigoOnde histórias criam vida. Descubra agora