Em edição.
𝘢𝘤𝘰𝘵𝘢𝘳 / 𝘢𝘻𝘳𝘪𝘦𝘭 𝘧𝘢𝘯𝘧𝘪𝘤
"A mais grande forma de amor se esconde entre sombras e é preciso luz para penetra-las"
Em Prythian, a mágica se entrelaça com lendas, mas uma Corte permanece envolta em mistério: a Corte do Alv...
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sfor.ga.si{v.} do italiano: aliviar ou dar vasão a seus sentimentos; abrir o coração; desafogar-se; desabafar.
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— Rayna —
Ela se sentou, as mãos trêmulas ao apertar a seda entre os dedos. As unhas arranhavam a pele através do tecido, uma tentativa desesperada de manter o controle. O suor frio escorria por sua espinha, fazendo o pijama de cetim aderir à sua pele, como uma prisão suave e incômoda, um lembrete constante de sua própria vulnerabilidade.
Seu peito subia e descia em respirações curtas e rápidas, cada uma lutando contra o pânico crescente que parecia querer dominá-la a qualquer momento. Sentia-se à beira da hiperventilação, como se o ar ao redor estivesse diminuindo, tornando-se denso e opressor. A janela, fechada. Estranho. Nunca a fechava. Um calafrio percorreu sua espinha. Ela havia realmente trancado a janela ou...?
O olhar saltava freneticamente pelo quarto, à procura de algum indício, algum sinal de perigo. Mas não havia nada. Nem mesmo a familiar sensação das Sombras de Azriel. Esse vazio a inquietava ainda mais, como se algo terrível estivesse prestes a acontecer, mas o silêncio precedesse o caos.
Abraçando os joelhos contra o peito, o estômago dava voltas violentas, revirado por uma sensação de náusea que a invadia. A lembrança do pesadelo surgia em sua mente com a força de uma maré, difusa, mas tão vívida que o medo parecia transbordar de dentro dela. Cada detalhe a puxava mais fundo no abismo daquela memória sombria. O sangue. Muito sangue. Essa era a única coisa que conseguia lembrar com clareza.
Ela precisava escapar. De algum modo, precisava encontrar uma forma de fugir da opressão que invadia sua mente. Havia algo em sua memória... um piano. Sim, ela tinha certeza de que havia um piano em algum lugar naquela casa, um refúgio onde poderia buscar alívio, onde as notas poderiam substituir o caos em sua cabeça.
Levantou-se com um movimento abrupto. O corpo ainda estava tenso, mas a ideia de tocar, de afundar-se na música, parecia oferecer uma saída. Azriel provavelmente estava por perto, sempre vigiando. Mas quem mais? Elain, talvez, mas Cassian, Mor e Amren não estavam. A casa, que costumava ser cheia de risos e provocações, agora parecia vazia, quase um labirinto de lembranças.
Antes de sair, tomou um banho rápido, como se a água pudesse lavar não apenas o suor frio, mas também o peso que pressionava seu peito. Trocar o pijama por um vestido foi uma decisão automática, uma tentativa de deixar para trás o terror que a envolvera momentos antes. Ao passar pela cômoda, seus olhos pousaram em um livro que havia pegado da biblioteca. Havia algo reconfortante em histórias de mundos distantes, onde as lendas e os perigos pareciam tão longe da realidade em que vivia.