𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖁𝖎𝖓𝖙𝖊 𝖊 𝕼𝖚𝖆𝖙𝖗𝖔

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b'shert {s

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b'shert {s.} do hebraíco: refere-se á procura de uma pessoa que irá complementar você e quem você complementará perfeitamente. 

— Rayna —

— Você tem certeza disso? — Azriel pergunta mais uma vez, sua voz carregada de preocupação quando pousam na casa do rio. A repetição da pergunta ecoa na mente dela, como um mantra que só intensifica a tensão no ar.

  — Você sabe que é obrigado a confiar em mim depois do nosso acordo, não é? — ela responde, a pontada de insegurança a fazendo hesitar por um breve momento. Um frio na barriga, como se estivesse prestes a saltar em um abismo desconhecido.

  — Eu não acho que você está mentindo — ele diz, mas a sinceridade de suas palavras é ofuscada por um véu de dúvida. — Mas assim que cruzarmos essa porta e contarmos a Rhysand, estaremos dando a ele esperança. E eu não quero vê-lo despedaçado caso você esteja enganada.

  A preocupação em seu olhar a faz sentir um peso enorme nos ombros, como se toda a responsabilidade estivesse sobre ela.

  — Eu tenho certeza de que a garota que está nesse livro é a mesma com quem passei dois anos da minha vida, dividindo a mesma casa, as mesmas memórias. — A paixão em sua voz é quase palpável, uma chama que se recusa a se apagar. — Não acha que vale a pena ter esperança?

  Algo na postura de Azriel se acalma, mas a intensidade de seu olhar permanece, como se estivesse lutando contra demônios invisíveis.

  — Eu estava com ele no dia em que acharam a caixa no rio. — Ele fala sobre o momento sombrio, a lembrança trazendo uma sombra ao seu rosto, que se contorce em dor. — Rhys liberou os seus poderes, e o topo de uma montanha desmoronou. Cada palavra que sai de seus lábios é como uma lâmina, cortando o silêncio, revelando a ferida que ainda não cicatrizou.

  Ela sente o impacto de suas palavras, a dor que ele carrega. Não é apenas uma história antiga; é um lamento, uma ferida aberta que ressoa com a dor que também está guardada em seu coração. Mesmo com o Sidra correndo atrás dele, a tristeza é tangivel, e a vontade de ocultá-la só intensifica a empatia que ela sente por ele. Elas compartilham o mesmo fardo.

  Por um instante, ela deseja confortá-lo, oferecer um espaço seguro para que ele possa desabafar, mas as palavras se emaranham na garganta. Como poderia, se estava erguendo um muro em torno de si mesma, tijolo por tijolo, na tentativa de se proteger da dor? Em um momento de clareza, ela decide expressar a única verdade que consegue sentir com firmeza.

  — Eu vou trazer ela de volta. — A determinação em sua voz é inabalável, um grito silencioso contra a incerteza. — Não me importa se eu tiver que passar anos procurando pelo Grão-Senhor, enfrentando Sanguineas e passando noites em claro. — Ela se pergunta se Azriel percebe a confissão que faz ali, que os pesadelos a mantêm acordada, que a dúvida a consome. — Aeryn voltará para casa.

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