𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖁𝖎𝖓𝖙𝖊 𝖊 𝕺𝖎𝖙𝖔

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a.le.xi.ti.mi.a {s.f.}: inabilidade ou dificuldade em verbalizar emoções e expressar sentimentos.

— Rayna — 

O mês se arrastou mais rapidamente do que ela poderia imaginar, e em poucos dias completaria dois meses desde que caiu do céu.

  Quando começou a treinar com Cassian, ela mal conseguia acreditar que realmente aprenderia a lutar. A expectativa era apenas de saber se defender, mas com as novas notícias e sua futura participação nas buscas, Cassian havia alterado o cronograma. As espadas Illyrianas pareciam pesadas, quase implacáveis, mas com a intensidade dos treinos, sentia-se mais forte a cada dia. Loren se juntou a eles, trazendo um conhecimento renovado sobre movimentos e foco que até mesmo Cassian não havia previsto — e surpreender Cassian era um feito e tanto.

  No entanto, a situação em torno da Corte do Alvorecer se tornava cada vez mais sombria, e tudo piorou quando uma série de mortes começou a assolar a cidade, cada corpo marcado por runas cravadas como cicatrizes eternas. Amren, mesmo sem lembranças da Corte do Alvorecer, sentia que aquelas runas ressoavam em alguma parte profunda de sua mente. Dias atrás, conseguiu uma tradução que dizia "estou esperando por você", mas a origem daquela lembrança a atormentava. Era um conhecimento que parecia incrustado em sua essência, uma sombra de algo que deveria ser esquecido.

  A tensão pairava no ar, uma nuvem pesada que afetava a todos.

  Rayna se via mergulhada em um conflito interno. Faria qualquer coisa para trazer Aeryn de volta à Corte Noturna, mas se a mensagem fosse do Grão-Senhor da Corte do Alvorecer, não estava disposta a ajudar alguém que manipulava vidas como se fossem meras peças de um jogo. Não importava quão desesperado ele estivesse ou quão longos fossem seus anos de prisão. Se tinha poder suficiente para atraí-la até ali e semear a morte, poderia encontrar um jeito de se libertar sozinho.

  Após descobrir a tradução das runas, algo peculiar ocorreu com o Livro das Oito Cortes de Prythian. Sempre que o abria, encontrava a mesma página, mas naquele dia, uma nova se revelava entre as páginas em branco. Uma página inteira dedicada ao Espelho de Érebo, um artefato mágico que havia sido presenteado ao Grão-Senhor da Corte Noturna pelo Grão-Senhor da Corte do Alvorecer. O espelho prometia a capacidade de criar portais entre dimensões, assim como o poder do Grão-Senhor — mas somente para aqueles com intenções puras. No final do texto, um trecho cortado intrigava-a: "O Espelho de Érebo foi um presente simbólico para celebrar a união das duas Cortes e...". O vazio que se seguia era como um eco, deixando uma ansiedade crescente em seu peito.

  O Espelho de Érebo estivera perdido por mais de seiscentos anos, e a última vez que foi visto foi na Cidade Escavada.

  Ao menos agora ela tinha um plano B, caso as intenções do Grão-Senhor não fossem tão nobres. Mas essa escolha significava embarcar em uma busca na Corte dos Pesadelos. Rhysand havia afirmado que chegaria na hora certa, já que precisava ir à Cidade Escavada por sua própria conta. O rei de um dos reinos feéricos, perto das ilhas de Cretea, estava visitando a Corte Noturna para melhorar as relações diplomáticas entre Dosnia e Prythian. Além disso, queriam descobrir o que Keir sabia sobre sua irmã — a mãe de Rayna. Qualquer informação útil seria bem-vinda, mesmo que o fornecedor fosse o pai de Mor.

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