𝐂𝐡. 𝟑𝟐

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a.na.ga.pe.sis {s.m.}: já não sentir qualquer afeição por quem você amou um dia.

— Rayna —

  Assim que Feyre nos pousa na Casa do Vento e passamos pelos os escudos, Loren espera por mim. Ela não sabe dizer o que está errado, mas sabe que algo está, então abre os braços. Não hesito em correr para abraça-la.

  Ali, em seu abraço morno, dói menos. Meu coração bate em um ritmo regular e posso respirar sem sentir que o chão embaixo dos meus pés vai desabar. Não sei se ela está fazendo de propósito, ou se é apenas um dos efeitos colaterais da nossa ligação, mas parece que ela está engolindo metade da minha agonia. Como fez com o veneno do Sanguinea não muito tempo atrás.

  — Onde está Azriel? — a voz calma e doce de Elain segue os seus passos quando ela entra na sala. A menção de seu nome faz meu estômago revirar. — Finalmente aconteceu, não foi? — ela parece encarar o fundo da minha alma, algo como fúria brilha nos olhos de amêndoa.

  — Elain, essa não é a hora certa para isso. — Feyre repreende a irmã.

Eu esperei que Elain se retraísse com o tom da irmã, mas ela não é mais a mesma garota que esperava a irmã voltar da caçada para comer. Consigo ver isso.

  — Eu avisei que isso aconteceria. — ela disse simplesmente. — Você escolheu machuca-lo. 

  — Passei meses lutando contra o que estava sentindo por ele, se eu tivesse tido uma escolha ela seria bem óbvia. — não estou com cabeça para lidar com Elain agora. — Pode me levar para a casa da cidade? — pergunto para Feyre, apesar de querer ficar na proteção do abraço de Loren por toda noite, tinha coisas mais importantes que eu precisava resolver. 

 ✧ 

  Eu sei que estou respirando, consigo sentir o ar entrando e saindo do meu pulmão, mas enquanto espero Azriel voltar para casa parece que o oxigênio ao meu redor virou areia. Na verdade, não faço ideia se ele irá voltar para a casa da cidade, mas seguro na pequena chama de esperança que insiste em sussurrar para mim que ele não espera me encontrar aqui. Então esse é exatamente o local para qual ele voará. 

  Ao mesmo tempo que quero lhe dar espaço, também quero lhe dizer que não importa. Não me importo se estou estupidamente ligada á outra pessoa, se tenho um parceiro. Nada importa a não ser ele. E não posso esperar até amanhã. Duas, três, quatro horas se passam e meus olhos não desgrudam da porta. Posso jurar que meu coração para de bater quando vejo a maçaneta girar. Só consigo ver uma silhueta — preferi deixar as luzes desligadas para não dar um sinal de que alguém estava na residência —, mas isso é o suficiente. 

  Ele trava na entrada, com toda certeza sabe que estou aqui. Posso sentir que ele está decidindo se entra e fala comigo ou se fecha a porta e volta para o céu noturno. 

𝕬 𝕮𝖔𝖚𝖗𝖙 𝖔𝖋 𝕭𝖑𝖔𝖔𝖉 𝖆𝖓𝖉 𝕾𝖍𝖆𝖉𝖔𝖜𝖘 | acotarOnde histórias criam vida. Descubra agora